A saída de Lionel Messi do Barcelona fez a torcida vaiar alguns atletas que ao se recusarem sair do Nou Camp, impediram a permanência do craque. O Barça tinha que respeitar o Fair Play financeiro. Mbappé é ídolo do PSG, mas prepara uma saída traumática do clube. Sergio Agüero deixou o Manchester City após uma década de idolatria. Todos esses são processos complicados, pois envolve a paixão de torcedores. Mas não se trata de um privilégio da Europa. Traumas marcaram a saída de alguns ídolos de clubes brasileiros. E esse é o tema do MQJ Memória de hoje.
Poucas despedidas foram tão traumáticas para uma torcida como foi a de Zico do Flamengo em 1983. Após 12 anos de clube, com grandes títulos, o jogador se transferiu para a Udinese da Itália. Mas foi uma negociação muito complicada.
A torcida não aceitava e cobrava Zico. O jogador então deixou a decisão na mão do Flamengo, que aceitou uma proposta de 4 milhões de dólares na época. O então presidente Antônio Augusto Dunshee de Abranches chegou a chorar com a saída, algo que teria irritado o Galinho.
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As cobranças após a saída de Zico permaneceram. Assim até a família do jogador teve que sair em defesa do craque.
– A torcida realmente é muito bonita. Mas e o dinheiro? – chegou a dizer Seu Antunes, pai do jogador, em entrevista à “Revista Veja”.
Dinamite também deixou o Vasco
Anos depois Zico disse à “TV Brasil” que deixou o Flamengo porque o clube temia não receber um centavo caso ele renovasse contrato por dois anos.
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A torcida do Flamengo na verdade temia que a ida de Zico pudesse representar a transferência do craque para algum rival quando ele voltasse da Itália. Isso porque quatro anos antes, em 1979, Roberto Dinamite trocou o Vasco pelo Barcelona. O ídolo vascaíno deixou a torcida revoltada e protestos aconteceram.
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A situação ainda piorou porque ele disputou apenas oito jogos na Espanha e retornou ao Brasil. O Flamengo quase levou o craque para Gávea. Mas a situação não se concretizou porque Jurema, primeira mulher dele, bateu o pé e disse que não o queria no rival.
Túlio Maravilha discutiu com a torcida do Botafogo
Campeão brasileiro pelo Botafogo em 1995, Túlio Maravilha recusou várias propostas de fora do país para cumprir a promessa do então presidente Carlos Augusto Montenegro, que não venderia o craque em sua gestão. Mal assumiu, José Luís Rolim aceitou proposta do Corinthians em 1997.
Na época Túlio também pensava em respirar novos ares. Mas chegou a discutir com torcedores que foram até a porta do seu prédio para cobrar a sua saída.
– Se o problema do Botafogo sou eu, melhor eu ir embora – disse Túlio na conversa.
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Outro jogador que teve uma saída tumultuada de seu clube foi Darío Conca. Em 2013 o argentino trocou a idolatria dos torcedores do Fluminense para jogar na China. Na época ele foi acusado de mercenário e se calou. Alguns anos depois, já na China, o argentino falou em fatores estranhos.
Conca fazia parte de um timaço formado pela Unimed. Mas naquele ano a empresa já preparava para deixar o clube encerrando uma parceria que havia começado em 1999.
– Realmente coisas muito estranhas aconteceram no período da minha saída. Falo das questões envolvendo a Unimed. Pelo que estava acontecendo seria difícil continuar – disse ele.
Congresso nacional decidiu a saída de Sócrates
Mas não é apenas o Rio de Janeiro que tem saídas traumáticas. Outro jogador que deixou o futebol brasileiro de maneira estranha foi Sócrates. O então meia do Corinthians não queria sair do Brasil. Mas tinha palavra. Durante um ato político em defesa das Diretas Já, o então craque disse que só deixaria o Brasil se a Emenda Dante de Oliveira não fosse aprovada pelo Congresso. Ela previa eleições.
Infelizmente para a surpresa de todos, o projeto não passou. Foi uma surpresa geral. A aprovação dada como certa não aconteceu por 22 votos. Sócrates não esperava esse revés. Mas cumpriu a sua palavra.
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Naquele mesmo ano aceitou a proposta da Fiorentina para jogar na Itália.
– A gente tinha a certeza de que o projeto seria aprovado e o Sócrates disse aquilo contando com as Diretas Já. Ele nunca quis sair do Brasil – relembrou o ex-lateral Wladimir.
No próprio Corinthians, Rivelino saiu do clube e se transferiu para o Fluminense de forma traumática. Tinha uma relação de amor e ódio com a Fiel, que passou a responsabilizar o Rei do Parque São Jorge pelo jejum de títulos.
No Sul Ronaldinho Gaúcho também brigou com a torcida ao trocar o Grêmio pelo PSV. Foi chamado de mercenário.
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