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MQJ Memória: Vasco foi buscar no Palmeiras Jorge Mendonça, o ‘substituto’ de Dinamite

O MQJ Memória deste domingo pega carona na rivalidade entre Vasco e Palmeiras para lembrar um craque de bola que vestiu as duas camisas. Jorge Mendonça, um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro no fim dos anos 70 e início dos anos 80. Mas um episódio marcante da carreira dele será o tema deste conteúdo. Em 1979 o Cruz-Maltino vendeu seu principoal jogador e ídolo. Roberto Dinamite se transferiu para o Barcelona, deixando os vascaínos órfãos. Assim era preciso encontrar um substituto.

Jorge Mendonça, o substituto de Roberto Dinamite (Foto: Arquivo pessoal)

Enquanto Roberto Dinamite ganhava projeção no Vasco, com a conquista do título brasileiro de 1974, Jorge Mendonça lutava para ser visto no futebol pernambucano. Era artilheiro do Náutico. Chamou a atenção dos grandes centros quando as emissoras de televisão mostraram que um centroavante do Náutico tinha feito todos os gols do time na goleada de 8 a 0 sobre o Santo Amaro no Campeonato Pernambucano.

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Palmeiras apostou em Jorge Mendonça

A fama de Jorge Mendonça ganhou o Sudeste e o Palmeiras o contratou em 1976. No Palestra Itália viveu grandes momentos entre 1976 e 1980. Também se envolveu em várias brigas com o técnico Telê Santana, que o acusava de ser indisciplinado. Mas mesmo assim foi convocado para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1978. Seu talento era tanto que o técnico Cláudio Coutinho colocou Zico na reserva para Jorge Mendonça poder jogar.

– O Jorge Mendonça tem um talento acima da média na hora de concluir as jogadas. É inteligente e sabe decidir um jogo – disse Cláudio Coutinho, explicando a escalação do jogador no Mundial de 1978.

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Jorge Mendonça foi ídolo no Palmeiras (Foto: FPF)

Com a camisa canarinho Jorge Mendonça disputou 11 jogos e fez dois gols. Já com a fama de jogador do time canarinho, estava brilhando no Palmeiras em 1979 quando o Vasco decidiu investir pesado e contratar o craque para ser o substituto de Jorge Mendonça.

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Jorge Mendonça encontrou muita pressão no Vasco

Jorge Mendonça sofreu pressão no Vasco (Foto: Reprodução Revista Placar)

Em 1980 então Jorge Mendonça foi contratado. Mas chegou ao clube com o status de substituto de Roberto Dinamite. Já conhecia o futebol carioca. Afinal de contas defendeu o Bangu antes de se aventurar no Náutico.

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Mas a pressão de ser o substituto de Roberto Dinamite fez com que a torcida entendesse que ele era o salvador da pátria. Mas este nem foi o grande problema no Vasco.

– Ali nunca ia dar certo. Era um grupo todo dividido, cheio de panelinhas. Nunca vi um elenco tão desunido. Ninguém falava com ninguém – revelou o jogador em uma entrevista à “Revista Placar” após a sua saída.

Chegada de Roberto pesou para saída

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Quando a imprensa carioca noticiou que o Flamengo estava tentando trazer Roberto Dinamite do Barcelona o clima em São Januário estourou de vez. Eurico Miranda, então um jovem dirigente vascaíno, vice-presidente de futebol, foi até a Espanha para trazer o centroavante de volta. Mas isso custou dinheiro e quando o Guarani acenou com 15 milhões de cruzeiros para contratar Jorge Mendonça ninguém pensou duas vezes. Acabava ali a história de Jorge Mendonça no Vasco. Mas marcou 12 gols em 22 jogos, dos quais ganhou 11.

Jorge Mendonça fez história no Guarani

Jorge Mendonça na Copa do Mundo de 1978 (Foto: Fifa)

Foi no Guarani que Jorge Mendonça reencontrou seu futebol. Mas penou para isso. A sua chegada também foi de grande pressão. A torcida o recebeu dizendo que o clube investiu em um covarde que havia amarelado no futebol carioca.

– Não sou um covarde e a torcida vai perceber isso – disse na chegada ao Bugre.

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Em 1981 marcou 38 gols e foi artilheiro do Campeonato Paulista, superando os números de Pelé. Além disso, naquele mesmo ano, se tornou o único jogador a marcar gol em todos os quatro grandes do estado em uma mesma edição. Estava no auge mas foi ignorado para a Seleção Brasileira de 1982. Também, o técnico não era ninguém menos que Telê Santana.

Jorge Mendonça sofreu sem a convocação

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Assim ele ficou desiludido e sua carreira começou a despencar. Depois do Guarani rodou sem grande sucesso por outros clubes, como Ponte Preta e Cruzeiro. Assim encerrou a carreira em 1991 defendendo o Paulista de Jundiaí.

No dia 17 de fevereiro de 2006 Jorge Mendonça morreu em Valinhos, no interior paulista, onde foi sepultado. Não resistiu a um ataque cardíaco. Morreu jovem, aos 51 anos, mas sua história até hoje é lembrada no Palmeiras e no Vasco.

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