O MQJ Memória de hoje pega carona no clássico entre Botafogo e Vasco para lembrar uma curiosidade do confronto. As duas gandulas mais famosas da história do futebol brasileiro apareceram para o mundo da bola justamente no confronto entre os dois alvinegros cariocas. E ambas são torcedoras botafoguenses, que guardam o duelo entre os rivais no coração. Afinal de contas foram duelos entre Botafogo e Vasco que mudaram a vida de Sonja Martinelli e Fernanda Maia.
No Campeonato Brasileiro de 1988 Botafogo e Vasco se enfrentaram no Maracanã. O Cruz-Maltino foi superior e ganhou com facilidade por 3 a 0. Mas o que chamou a atenç~´ao n ão foram os gols de Mazinho (2) e Geovani, de pênalti. E sim o sofrimento da gandula Sonja, na beira do gramado. Após o terceiro gol vascaíno a menina despendou em lágrimas e acabou sendo registrada pelas emissoras de televisão.
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Na lista de gandulas do Botafogo, Sonja comoveu jogadores
Os repórteres perguntaram o porquê daquele choro e ela respondeu:
– Porque o meu Botafogo perdeu. Eu to triste. Mas não vou deixar de ser Botafogo – disse Sonja, que viraria uma das famosas gandulas de jogos do Botafogo.
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Sonja tinha na época apenas 11 anos. Após o jogo o lateral-esquerdo Renato Martins, alertado por repórteres, deu a camisa para a torcedora.
– A gente estava muito triste com o resultado, mas ela chamou a atenção de todos. Ali você sente como o jogador de futebol interfere na vida das pessoas – relembrou Mazolinha em um especial do clube em 2010.
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Sonja virou música que incentivou o fim do jejum
O drama de Sonja não comoveu apenas os jogadores do Botafogo. O compositor e cantor Elias da Silva acabou compondo uma música em homenagem a ela. A canção “A menina Sonja chorou” acabou motivando os jogadores do Botafogo na campanha do título carioca de 1989, que marcou o fim do jejum.
– A Sonja representou a torcida do Botafogo que não podia mais esperar pela conquista de um título. Quando vi o placar do Maracanã dizendo que o Botafogo era campeão invicto tive a certeza de que poderia morrer feliz – relembrou o ex-presidente Emil Pinheiro, que montou o time do Botafogo de 1989.
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A letra da música dizia “A menina Sonja chorou, chorou, porque o seu Botafogo não ganhou”. Mas se Sonja não viu o Botafogo ganhar do Vasco naquela noite, outra gandula participou de uma vitória botafoguense e que valeu título.
Fernanda Maia: a gandula que iniciou a jogada do gol
Passados 24 anos, outra gandula entraria para a história de Botafogo x Vasco. Foi na final da Taça Rio. Torcedora do Glorioso, Fernanda Maia estava de gandula no Estádio Nilton Santos. Quando a bola saiu pela lateral ela rapidamente acionou Maicosuel, que bateu o lateral para Márcio Azevedo cruzar e Loco Abreu fazer o gol que abriria o caminho para o triunfo botafoguense. O Alvinegro de General Severiano ganhou de 3 a 1 e levou o caneco.
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Os botafoguenses são gratos a ela. Assim como revelou um dos participantes da jogada.
– Se a Fernanda não tivesse feito aquela reposição rapidamente eu não teria lançado o Márcio Azevedo, o Loco não teria feito o gol. Assim ela foi importante – disse Maicosuel após o jogo.
Os vascaínos se revoltaram.
– Sabemos que aqui o Botafogo usa desse artifício, lamentável. Mas não temos o que fazer – reclamou o goleiro vascaíno Fernando Prass.
Gandulas do Botafogo? Fernanda nega interferência
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A gandula rebateu.
– Devolvi a bola como sempre faço, inclusive como fiz para os vascaínos. Assim não fiz nada de errado – se defendeu Fernanda Maia, mas sem convencer os vascaínos. Entretanto isso ficou longe de ser um problema. Além disso impulsionou sua entrada no mundo da bola.
Após o jogo Fernandinha, como é chamada pelos colegas de trabalho, passou a figurar no jornalismo esportivo. Ela era professora de educação física e “virou jornalista”. Trabalhou na TV Lance! e agora é apresentadora no SBT. Mas tudo começou naquela histórica tarde de domingo.
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