A polêmica sobre a escolha de um técnico estrangeiro para a Seleção Brasileira é grande. Mas não existe novidade nisso. O Brasil já foi dirigido por um técnico de fora. E durante uma competição oficial. É isso que o MQJ MEMÓRIA de hoje traz.
O responsável por dirigir a Seleção Brasileira entre 6 e 25 de dezembro de 1925 foi o uruguaio Ramón Platero. Ele quem comandou o Brasil durante o Campeonato Sul-Americano de 1925, sediado pela Argentina.
Naquela ocasião a Confederação Brasileira de Desporto (CBD) convidou Joaquim Guimarães para ser o técnico e Ramón Platero integrou a delegação. Mas chegando lá era preciso um dirigente e Guimarães atuou como diretor de futebol. Sem tempo de providenciar um treinador, Ramón Platero assumiu a função.
Ramón Platero já tinha grande experiência em seleções. Isso porque comandou o Uruguai na conquista do Campeonato Sul-Americano de 1917. Além disso era considerado um dos maiores estrategistas de sua época.
Vice-campeão pela Seleção Brasileira com pulso fraco
Ramón Platero ficou com o vice-campeonato comandando a Seleção Brasileira. O toneio na Argentina teve apenas três participantes por conta de questões políticas. A Argentina, dona da casa, o Brasil e o Paraguai disputaram o torneio.
Pelo regulamento os times jogavam em turno e returno todos contra todos. A estreia foi uma goleada de 5 a 2 sobre o Paraguai. Mas no segundo jogo o Brasil caiu de 4 a 1 para os argentinos. No returno novo triunfo diante dos paraguaios: 3 a 1. Mas na decisão, disputada no dia de Natal, empate por 2 a 2 e título argentino.
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Para muitos o Brasil não ganhou o caneco porque os jogadores pareciam mais preocupados em conhecer Buenos Aires e curtir as noitadas. Tanto que Joaquim Guimarães admitiu que teve que servi de babá de alguns jogadores para evitar um desgaste ainda maior. Eras o fim da Era de Ramón Platero na Seleção.
Ramón Platero dirigiu Flamengo e Vasco ao mesmo tempo
Uma curiosidade sobre Ramón Platero é que o uruguaio foi o único treinador da história a dirigir, ao mesmo tempo, Flamengo e Vasco. O feito aconteceu durante a temporada de 1922, com o Cruzmaltino recém criado e jogando a Segunda Divisão do Estadual.
Assim o uruguaio dirigiu o Vasco na Segunda Divisão e o Flamengo na elite do futebol carioca. O treinador fez sucesso. Isso porque foi vice-campeão pelo Vasco, garantindo o acesso, e ficou com mo vice-campeonato da Primeira Divisão com o Flamengo.
Após os feitos, ele teve que se decidir por um dos clubes, já que o Vasco jogaria a Primeira Divisão em 1923. Naquela ocasião o clube vascaíno levou a melhor, com uma grande proposta financeira para manter o uruguaio.
A decisão foi acertada. Pelo Vasco ele foi bicampeão carioca, em 1923 e 1924. No Brasil ainda dirigiu Botafogo, Fluminense, Palestra Itália e São Paulo. Assim escreveu uma bela história antes mesmo de se polemizar a escolha de um técnico estrangeiro para a Seleção Brasileira.
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