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MQJ Memória: Gianluca Vialli nos lembra os tempos de ouro do Campeonato Italiano

A morte de Gianluca Vialli nos pegou de surpresa na última sexta-feira. Mas o atacante merece todas as homenagens. Até porque ele fez parte de um período histórico do Campeonato Italiano. Vialli jogou na Itália nos anos 80 e 90. Sendo que os anos 80 foram de grande protagonismo do Calcio. Se hoje os maiores craques fazem a opção pela Espanha ou pela Premier League, naquela época a Itália era o destino de 11 entre 10 dos principais craques.

Gianluca Vialli liderou a Sampdoria

Gianluca Vialli liderou a Sampdoria (Foto: Getty)

Cria da Cremonese, Vialli jogou na Sampdoria entre 1984 e 1992. Foram os anos dourados do clube de Gênova. Integrou um timaço que tinha Roberto Mancini, Toninho Cerezo, Pietro Vierchowod, Kantanec e Attilio Lombardo.

Aquela Sampdoria foi campeã italiana em 1994-1995, venceu a Copa da Uefa em 1993, por três vezes ergueu a Copa da Itália: 1984-85, 1987-88 e 1988-89. Além disso, ganhou uma Recopa da Europa e ainda foi vice na Champions League, caindo diante do poderoso Barcelona.

A Sampdoria era o fim de uma fase mais dourada do futebol italiano. Mas um time que não era dos principais do país conseguiu ir tão longe no continente justamente porque a Itália tinha grande força nos anos 80.

Napoli x Milan: o clássico pegava fogo

Ruud Gullit e Diego Maradona

Ruud Gullit e Diego Maradona brilharam no clássico Milan x Napoli (Foto: Getty)

Nos anos 80 uma das maiores rivalidades do futebol italiano envolvia Milan e Napoli. Os napolitanos tinham nomes como os brasileiros Alemão e Careca, mas a sua maior expressão era mesmo Diego Maradona. O argentino conseguiu colocar o time no mapa da Bota, com a conquista daqueles que são até hoje os seus dois únicos títulos do Campeonato Italiano: 1986–87 e 1989–90. Em 1989 o clube ganhou ainda a Liga Europa.

O Milan, campeão italiano em 1987–88, ganhou a Champions League em 1988–89 e 1989–90. Em 1989 e 1990 foi bicampeão mundial. Era um time com sotaque holandês, pois era liderado por nomes como Frank Rijkaard, Ruud Gullit e Marco van Basten.

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Os dois timaços faziam um clássico de pegar fogo nos anos 80.

– Enfrentar o Milan era algo diferente naquela época, por conta da rivalidade que se criou entre os dois clubes. A competição tinha outros times muito fortes, mas todos faslavam quando era o jogo entre Milan e Napoli. Era um clássico que pegava fogo – lembrou Maradona pouco antes de morrer.

Juventus de Platini também era gigante

Platini

Platini e Boniek lideravam a Juventus | Foto: Imago Images

Clube que Vialli iria defender nos anos 90, a Juventus também era um timaço na década de 80. Tanto que ganhou por três vezes o Campeonato Italiano no período: 1981-82, 1983-84 e 1985-86. Além disso venceu a Champions League e o Mundial de Clubes.

O timaço, que contava com nomes como Paolo Rossi e Gaetano Scirea, tinha o talento do polonês Zbigniew Boniek e era liderado por Michel Platini, um dos maiores jogadores franceses de todos os tempos.

– A Itália era o destino de todos os grandes jogadores do futebol mundial porque conseguia organizar a competição mais disputada e atraía os maiores nomes. Os jogos passavam em vários países do mundo em uma época em que ainda não se tinha os canais com futebol 24 horas por dia – Lembrou Platini.

Internazionale e grandes nomes dos anos 80

Lothar Matthäus

Lothar Matthäus comemora um gole pela Inter | Foto: Imago Images

A Internazionale não tinha um timaço no mesmo nível e Milan, Napoli e Juventus. Mas no fim dos anos 80 decidiu investir e foi premiada com a conquista do título do Campeonato Italiano da temporada 1988/1989.

Aquele time tinha sotaque alemão e era liderado por Lothar Matthäus. No time de Milão brilharam ainda Andreas Brehme e Jürgen Klinsmann. Um trio que fez da seleção da Alemanha a grande campeã da Copa do Mundo de 1990, disputada justamente na Itália.

– Aquele campeonato foi muito bonito, pois a Internazionale não era favorita. O Milan e a Juventus tiveram tropeços e apenas o Napoli seguiu na briga com a gente do começo até o fim. Mas conseguimos ter mais regularidade e ficamos com o título – lembrou Matthäus.

Falcão, Roma, Champions League

Falcão não foi Rei de Roma por acaso | Foto: Roma / Divulgação

A Itália dos anos 80 reuniu outros grandes jogadores. Como não lembrar das aventuras de Zico na modesta Udinese ou de Paulo Roberto Falcão, o verdadeiro e único Rei de Roma. A Itália dos anos 80 viu surgir o futebol de Gianluca Vialli, que ficará sempre no coração do torcedor italiano.

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