As seleções de Portugal e Uruguai têm um dilema em comum. E os últimos jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 deixaram isso ainda mais evidente. Com treinadores experientes e ícones no país, correm risco de sequer se classificarem para o Mundial. Além disso não estão conseguindo manter o padrão de jogo que fez esses profissionais serem considerados exemplos de sucesso em nível internacional. Óscar Tabárez na América do Sul e Fernando Santos em Portugal não atravessam seu melhor momento.
Tabárez, que já tinha dirigido o Uruguai entre 1988 e 1990, voltou ao comando da Celeste em 2006 após o time sequer ter se classificado para a Copa do Mundo da Alemanha. A partir daí montou um padrão tático que era visto como o mais moderno da América. Além disso levou a seleção uruguaia ao quarto lugar na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e ao título da Copa América de 2011.
Na Copa de 2014 caiu nas oitavas de final para a Colômbia com um 2 a 0 no Maracanã. Quatro anos depois caiu nas quartas de final de 2018 para a campeã França. Mas mesmo assim foi se perpetuando no time. Hoje enfrenta forte resistência.
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Após a derrota de 3 a 0 para a Bolívia em La Paz, na terça-feira, viu o Uruguai sequer aparecer na zona de classificação para a repescagem.
– Se vocês acham que a pressão aqui fora é grande em relação a mim, saibam que dentro também – disse Tabárez, ciente de que o emprego que já dura 15 anos pode acabar sendo deixado de lado.
Fernando Santos convive com cobranças em Portugal
Se Tabárez já vem em crise há algum tempo, Fernando Santos entrou no ambiente de cobranças de cabeça com a derrota de 2 a 1 para a Sérvia dentro de casa. O resultado impediu a classificação direta para a Copa do Mundo e jogou Portugal para uma repescagem com outros gigantes, como a Itália.
O mau resultado é consequência de um futebol que, segundo a imprensa portuguesa, vem parando no tempo desde que ele levou a seleção nacional ao histórico título da Eurocopa de 2016, em uma final contra a França. O troféu veio dois anos depois de assumir o posto. Com ele os lusitanos caíram para o Uruguai de Tabárez nas oitavas de final da Copa do Mundo da Rússia. Mas as cobranças nem chegavam aos pés do que se vê hoje.
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O clima não é favorável e isso se vê nas palavras do treinador.
– Se tiver que sair do cargo será pelos meus próprios pés. Não concordo que nosso futebol está ultrapassado e temos um objetivo, que é levar Portugal para a Copa do Mundo – disse o comandante.
Uruguai e Portugal terão alguns meses neste fim de ano para decidirem seus dilemas internas: abrem mão de ícones no meio das Eliminatórias ou insistem em mantê-los correndo o risco de não conseguirem reagir? Só o tempo dirá.
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