As declarações de Roberto Lewandowski ao ‘El País’ mostram como o mercado da bola é uma parcela triste do futebol. De acordo com o atacante do Bayern de Munique, o que se discute nas negociações são considerações absurdas. Situações que, muitas vezes, se assemelham ao mercado do agronegócio, em que se valoriza o bezerro. A diferença é que estamos falando de jogadores de futebol.
“O mercado está louco”, disse o polonês. “Os clubes estão pagando somas astronômicas por aquilo que os jogadores podem vir a ser e não por aquilo que já são. Uma parte da vida de um jogador começa aos 20 anos. Mas tem uma segunda parte que vem depois”, disse.
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Como exemplo, Lewandowski, de 33 anos, cita Cristiano Ronaldo.
“Ele está no topo com 36 anos. Muita gente valoriza os jogadores pela juventude. Mas neste futebol, neste mundo, com esta pressão, com estas expectativas, com vamos saber a reação do teu corpo e da tua mente depois de três anos de alta competição? É o maior desafio de um jogador de futebol. Quando você começa bem, as coisas funcionam porque se é talentoso, bom e jovem. Assim, parece muito simples. Mas ainda não se está preparado para as decepções. A pergunta é: você vai estar pronto para lutar quando surgirem problemas?”, argumentou.
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“O mais normal é perder a fome ao estar saciado. Quando pensamos em futebol tendemos a simplificar as coisas. Fama, repercussão social e dinheiro, faz com que o futuro dos jovens seja muito difícil de prever. Muitos clubes estão pagando por um futuro que não conhecemos. Veem um jogador perfeito, mas não estão falando de uma máquina, porém, de um ser humano, que é imprevisível. O mercado está louco”, finalizou o polonês. Ele está errado?
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