Futebol Brasileiro

50 anos de espera: Galo volta a sonhar com o bicampeonato brasileiro

Era 19 de dezembro de 1971, estádio do Maracanã, Rio de Janeiro: o Atlético Mineiro venceu o Botafogo por 1 a 0, com gol de Dadá Maravilha, e conquistou o título Campeonato Brasileiro. Quase 50 anos depois, a história jamais se repetiu. Mas as chances de o Galo soltar o grito de campeão nacional pela segunda vez estão cada vez mais vivas nesta temporada.

Sem perder há quatro jogos, Galo vive bom momento na competição. Foto: Divulgação/Atlético

Sem perder há quatro jogos, Galo vive bom momento na competição. Foto: Divulgação/Atlético

O empate com o Grêmio, em Porto Alegre, ampliou a série invicta do Atlético Mineiro para 4 jogos – 2 vitórias e 2 empates. O bom desempenho, aliado à queda vertiginosa do São Paulo, colocou o time entre os principais favoritos ao título.

Apenas com o Brasileirão em disputa, o Atlético-MG virou o queridinho dos prognósticos do campeonato, sendo apontado como um dos times a brigar na parte de cima da tabela. Apesar de ter patinado em alguns momentos na campanha, a equipe de Jorge Sampaoli retomou as expectativas e segue sendo uma das fortes concorrentes.

Oportunidade para o Galo

Com 54 pontos, o Galo está a cinco de distância do Internacional, novo líder do Brasileirão. Porém, o time mineiro tem um jogo a menos – partida que será realizada no próximo dia 26, contra o Santos, no Mineirão. O time paulista deverá escalar um time misto, poupando os titulares para a final da Libertadores diante do Palmeiras, que será no dia 30 de janeiro. Ou seja, boas chances de vitória do Atlético.

Segundo os matemáticos, o Galo tem 14% de chances de título – uma porcentagem relativamente pequena se comparada com os 52% de probabilidades para o Colorado. No entanto, a matemática do Campeonato vem mudando cada dia. Sobretudo depois que o favorito São Paulo emplacou uma sequência negativa de 3 derrotas em 4 partidas.

Em termos de força de tabela, pode-se dizer que o Galo terá o caminho mais “tranquilo” daqui pra frente. Sobretudo em relação aos demais concorrentes ao título. O time mineiro enfrentará 5 times que brigam contra o rebaixamento – a começar pelo Vasco, adversário do próximo sábado (23), em São Januário.

A equipe de Sampaoli ainda terá confrontos contra Fortaleza (31/01, no Mineirão), Goiás (03/02, na Serrinha), Bahia (13/02, no Mineirão) e Sport (21/02, na Ilha do Retiro). Soma-se a isso a partida atrasada contra o time reserva do Santos. Não é absurdo imaginar que o Atlético possa somar 18 pontos nessas seis partidas. Isso embora o Galo tenha perdido pontos para alguns deles no Brasileirão, como Sport e Fortaleza.

O que vem pela frente

Os dois jogos mais complicados serão contra o Fluminense (07/02, no Maracanã) e contra o Palmeiras, na última rodada (24/02, no Mineirão). No primeiro turno, o Galo somou apenas um ponto nesses confrontos, sendo um empate contra o Flu em casa. Mas houve uma goleada sofrida para o Palmeiras, em São Paulo.

De qualquer forma, é uma tabela muito mais acessível que a do Inter, por exemplo. O Colorado ainda terá pela frente jogos contra Grêmio e Flamengo. Mas também terá confrontos contra Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino e Corinthians, que sonham com a Libertadores. O São Paulo faz jogos duros contra Grêmio, Flamengo, Palmeiras. Já o Fla terá confronto direto com Palmeiras, além dos já citados jogos contra Inter e São Paulo.

O caminho para o título

Time investiu pesado em nomes como Keno e Vargas. Foto: Divulgação/Atlético

Time investiu pesado em nomes como Keno e Vargas. Foto: Divulgação/Atlético

O Atlético/MG foi, de longe, o clube que mais investiu em reforços para o Brasileirão. Foram cerca de R$ 180 milhões gastos na temporada 2020, incluindo nomes como Eduardo Vargas, Keno, Marrony, Savarino, Matías Zaracho, Guilherme Arana, Júnior Alonso, Eduardo Sasha, entre outros. Ao todo, o alvinegro fez 18 contratações.

Com um elenco tão recheado de opções e o técnico mais badalado do Brasil, o clube vê todo o investimento à prova nesta reta final de temporada. O líder Internacional, por exemplo, investiu menos de 10% desse valor (cerca de R$ 16 milhões). O São Paulo trouxe apenas um reforço, o atacante Luciano, e foi na base de troca com o Grêmio envolvendo o meia Everton – ou seja, não gastou um centavo.

Na partida contra o Grêmio, por exemplo, Sampaoli se deu ao luxo de contar com jogadores caros no banco de reservas, como Marrony (R$ 20 milhões), Alan Franco (R$ 12,8 milhões), Eduardo Sasha (R$ 9,8 milhões), Nathan (RS 18 milhões) e Dylan Borrero (R$ 4,5 milhões) – algo que Inter e São Paulo não possuem.

Título é necessidade

Com tamanho investimento, o mínimo que se espera é que o Atlético brigue pelo título até o fim do campeonato. Sobretudo pelo fato de ter fracassado de forma prematura na Copa Sul-Americana e Copa do Brasil, o que certamente prejudicou os cofres do clube. Para “fechar a conta”, é preciso trazer resultados em campo, o que faz da conquista nacional uma necessidade.

Após a derrota por 3 a 0 para o São Paulo, há pouco mais de um mês, o time foi considerado fora da disputa por muitos. No entanto, uma reviravolta colocou o Galo novamente entre os principais postulantes. Restam poucos jogos para o fim, mas é fato que o Atlético poucas vezes esteve tão perto de repetir o feito do time de Telê Santana de 50 anos atrás.

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