A edição 2020 do Campeonato Brasileiro começa no próximo dia 8 de agosto. Para o Flamengo, atual campeão, será a chance de conquistar seu oitavo título e um bicampeonato que não acontece desde 1982/83.
O primeiro Campeonato Nacional de clubes foi disputado em 1971. De lá pra cá a competição teve muitos formatos e nomes diferentes. O Flamengo ocupa lugar de destaque, sendo o único a participar de todas as 54 edições, além de ser, ao lado do Corinthians, o maior campeão, com sete títulos, se considerarmos a polêmica edição de 1987.
O Rubro-Negro também pertence ao seleto grupo de três equipes que nunca foram rebaixadas às divisões inferiores. O Santos e o São Paulo são os outros dois.
O Campeonato Brasileiro passou a ter o formato atual, por pontos corridos, em 2003. Nos dois primeiros anos, eram 24 clubes na disputa. O número de participantes caiu para 22 em 2005 e no ano seguinte em diante para 20. As equipes duelam em turno e returno e os quatro últimos colocados são rebaixados.
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Este formato já é o mais longevo na história e quase ninguém se lembra das confusões que aconteciam antes.
Para o Flamengo, a ‘Era dos pontos corridos’ nem sempre foi de alegrias, pelo contrário. A desorganização interna e as constantes crises financeiras contribuíam para que a equipe não tivesse a regularidade necessária.
Abaixo o MAIS QUE UM JOGO relembra campanhas marcantes do Flamengo no Brasileirão:
1980 – A primeira vez nunca se esquece
Até 1980, a melhor colocação do Flamengo em um Brasileiro havia sido um 5º lugar em 76. Sob o comando de Cláudio Coutinho, que assumiu a equipe no final de 76, as coisas começaram a mudar. Foi ali que começou a fase mais vencedora da história do clube. Zico foi o artilheiro com 21 gols.
Time base: Raul; Toninho, Manguito, Marinho e Júnior; Andrade, Paulo César Carpegiani (Adílio) e Zico; Tita, Nunes e Júlio César.
Técnico: Cláudio Coutinho
1982 – Domínio e bicampeonato
Concentrado na Libertadores e no Mundial em 1981, o Flamengo não deu a mesma atenção ao Brasileiro. Entretanto, em 82, após conquistar a América do Sul e o Mundo, fez mais uma grande campanha. Em 23 jogos, venceu 15 e sofreu apenas duas derrotas. Zico foi o artilheiro com 21 gols.
Time base: Raul; Leandro, Marinho, Moser (Figueiredo) e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico.
Técnico: Paulo César Carpegiani
1983 – Tri não foi fácil
A campanha do tricampeonato em 1983 foi mais apertada que as anteriores. Mesmo perdendo peças importantes no ataque, como Tita, Nunes e Lico, a equipe marcou 57 gols em 26 jogos. Porém faltava o equilíbrio do conjunto dos anos anteriores, e, se marcava, também sofria muitos gols. Foram 30.
Time base: Raul; Leandro, Marinho, Moser e Júnior; Andrade (Vítor), Adílio e Zico; Élder, Baltazar e Júlio César.
Técnico: Carlos Alberto Torres
1987 – O ano da eterna polêmica na Copa União
O Flamengo foi campeão do Módulo Verde da Copa União, no qual estavam as maiores equipes do país. Uma espécie de série A com 16 clubes. A competição foi bastante equilibrada e o Flamengo realizou mais um duelo épico contra o Atlético Mineiro nas semifinais. As finais contra o Inter também foram de muito equilíbrio.
A polêmica aconteceu porque a CBF queria que o campeão e o vice do Módulo Verde enfrentasse o campeão e o vice do Módulo Amarelo, que era uma espécie de Série B. Deste quadrangular sairia o campeão brasileiro. Flamengo e Internacional, os finalistas do Verde, se recusaram a jogar e Sport e Guarani disputaram entre si.
Time base: Zé Carlos; Jorginho, Leandro, Edinho e Leonardo; Andrade, Aílton e Zico; Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho.
Técnico: Carlinhos
1992 – O ano do maestro Júnior
Cinco anos depois do tetra, o Flamengo era uma equipe diferente. Zico tinha pendurado as chuteiras e Zinho era o único remanescente. Com um elenco jovem, o Rubro-Negro contou com a experiência de Júnior para chegar ao título. O ponto alto foi a final contra o Botafogo. Com a melhor campanha na competição, o Alvinegro entrou na decisão com a vantagem do empate. No primeiro jogo, com um primeiro tempo arrasador, o Fla fez 3 a 0 e colocou a mão na taça.
Time base: Gilmar, Fabinho, Júnior Baiano, Wilson Gottardo e Piá; Uidemar, Júnior e Nélio (Marcelinho Carioca); Júlio César e Zinho.
Técnico: Carlinhos
1995 – Quase rebaixado
Um dos anos mais marcantes da história do Flamengo é o de 1995. O Rubro-Negro montou um grande time, pelo menos no papel, e fez uma temporada para esquecer. O ataque dos sonhos com Romário Edmundo e Sávio não funcionou e o time terminou o brasileiro em 21° entre 24 equipes. Em 23 rodadas, somou apenas 24 pontos e teve saldo de gols negativo (-10). O rebaixamento só não aconteceu porque naquele ano apenas os dois últimos caíam.
Time Base: Paulo César, Agnaldo (Fabiano), Cláudio, Ronaldão e Lira; Pingo (Márcio Costa), Djair (Marquinhos) e Nèlio (Rodrigo); Edmundo, Romário e Sávio
Técnicos: Edinho/Washington Rodrigues
2009 – Título do Imperador
Adriano deixou o Flamengo muito jovem para se aventurar no futebol europeu. Depois de se tornar o Imperador na Itália, retornou ao time do coração para ser campeão brasileiro em 2009. Ao lado de Petkovic e Zé Roberto, levaram o Fla ao penta no primeiro título do clube na era dos pontos corridos. Após um início irregular na competição, o Flamengo arrancou no final e tirou uma larga vantagem do Palmeiras para ser campeão na última rodada, contra o Grêmio.
Time base: Bruno, Léo Moura, Ronaldo Angelim, David Braz e Juan; Aírton, Toró (Maldonado) Willians e Petkovic; Zé Roberto e Adriano
Técnico: Andrade
2016 – Início de uma nova fase
O Flamengo deixou para trás o sofrimento de anos anteriores a partir de 2016. Com um elenco mais qualificado, fez uma boa campanha e terminou em terceiro lugar com o mesmo número de pontos do vice Santos.
Time base: Muralha (Paulo Victor), Rodinei (Pará), Réver (Léo Duarte), Juan (Rafael Vaz) e Jorge; Márcio Araújo (Cuéllar), Willian Arão e Diego (Alan Patrick), Marcelo Cirino (Gabriel), Paolo Guerrero (Felipe Vizeu) e Everton (Fernandinho)
Técnico: Zé Ricardo
2018 – Chegou perto
O Flamengo fez uma campanha regular em 2018. O início foi promissor ao liderar a competição por 13 rodadas no primeiro turno. O rendimento caiu e causou a demissão de Maurício Barbieri. Dorival Júnior assumiu com o time na quarta colocação e conseguiu levá-lo ao vice-campeonato.
Time base: Diego Alves, Rodinei (Pará), Réver, Léo Duarte (Rhodolfo) e Renê; Cuéllar (Willian Arão), Diego e Lucas Paquetá, Vitinho (Berrío), Felipe Vizeu (Henrique Dourado) e Everton (Vinícius Junior)
Técnicos: Maurício Barbieri/Dorival Júnior
2019 – Ano de recordes
Após bater na trave em 2018, o Flamengo voltou a conquistar o título brasileiro no ano seguinte. Com a chegada do técnico Jorge Jesus na parada da Copa do Mundo, a equipe teve um segundo semestre avassalador. A campanha rubro-negra estabeleceu novos recordes: maior número de pontos desde que a competição passou a ter 20 clubes (90), mais gols marcados (86), maior saldo de gols (49), maior artilheiro (Gabigol – 25 gols), maior número de vitórias (28), maior série invicta (24 jogos).
Time base: Diego Alves, Rafinha (Rodinei), Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís (Renê); Willian Arão, Gérson (Diego), Arrascaeta (Vitinho); Everton Ribeiro, Gabigol e Bruno Henrique
Técnico: Jorge Jesus
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