O dia 29 de julho está na história do Botafogo. Há 30 anos, nesta mesma data, o Glorioso conquistava o título do Campeonato Estadual. Era um bicampeonato que colocava o jejum de títulos definitivamente no passado. Mas foi a volta olímpica mais polêmica do Campeonato Carioca. O Alvinegro foi a campo para enfrentar o Vasco no Maracanã. Dono da melhor campanha dos dois turnos, o Botafogo viu o Cruz-Maltino bater o Fluminense em uma espécie de semifinal.
O confuso regulamento do Campeonato Carioca deu brecha para uma dupla interpretação. O Vasco dizia que tinha a vantagem de perder o jogo e mesmo assim forçar a prorrogação, já que com a vitória na semifinal sobre o Fluminense passaria a ter a melhor campanha. O Botafogo, por sua vez, se apegou ao que de fato dizia o regulamento e o que tinha sido amplamente divulgado na m ídia: apenas os jogos da fase de classificação valiam para definir a melhor campanha.
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Dias antes da partida um conselho arbitral se reuniu na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) para julgar se o jogo valia ou não para a pontuação. O Botafogo foi derrotado. Mas tinha o texto original do regulamento a seu favor e conseguiu na Justiça que a entidade fosse proibida de declarar um campeão.
Botafogo ganhou com gol de Carlos Alberto Dias
O jogo transcorreu normalmente. O nível não foi dos melhores apesar da qualidade dos times. Os lances de emoção foram poucos, mas, aos 34 minutos do segundo tempo o Botafogo chegou ao gol. Após bela tabela com Valdeir, Carlos Alberto Dias chutou sem chances para o goleiro Acácio. Assim a polêmica começou.
A partida acabou e os jogadores do Botafogo comemoraram o título. Os vascaínos ficaram no gramado por determinação do presidente Eurico Miranda aguardando a prorrogação. O árbitro Cláudio Garcia também ficou. Afinal de contas, Eduardo Vianna, então presidente da Federação, era aliado político de Eurico. Após 30 minutos o árbitro declarou o fim do jogo dizendo na súmula que o Glorioso se recusou a jogar.
Federação foi obrigada a declarar Botafogo campeão
Após este apito Eurico mandou os atletas comemorem o título. Constrangidos, eles deram a volta olímpica com uma caravela de maquete. Já o Botafogo voltou ao gramado para dar a sua volta olímpica e recebeu das mãos de repórteres taças da TV Manchete e da Rádio Nova Friburgo. A imprensa considerava, com razão, o Glorioso campeão. Além disso a torcida alvinegra era a única a permanecer integralmente em campo.
Na semana seguinte a Federação desfiliou o Botafogo. Mas no dia 9 de agosto, em julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) o Botafogo foi declarado campeão carioca e a Federação obrigada a reconhecer o título. Assim chegava ao fim a história da volta olímpica mais polêmica do Campeonato Carioca. Mas a história até hoje é lembrada.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 1 X 0 VASCO
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (rj)
Data: 29 de julho de 1990 (Domingo)
Árbitro: Cláudio Garcia (RJ)
Renda: R$ 10.795.500,00
Público: 35.083 pagantes
Gols:
BOTAFOGO: Carlos Alberto Dias aos 34 minutos do 2º Tempoo
BOTAFOGO: Ricardo Cruz, Paulo Roberto, Wilson Gottardo, Gonçalves e Renato Martins; Carlos Alberto Santos, Luisinho e Djair (Gustavo); Donizete, Valdeir e Carlos Alberto Dias
Técnico: Joel Martins da Fonseca.
VASCO: Acácio, Luiz Carlos Winck, Célio Silva, Quiñonez e Mazinho; Zé do Carmo, Marco Antônio Boiadeiro e Bismarck; Tita, Sorato e William (Roberto Dinamite)
Técnico: Alcir Portella
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