A torcida do Vasco tem todo direito de manter um pé atrás quanto a participação da equipe no Campeonato Brasileiro. Afinal, o retrospecto recente do Cruzmaltino na Série A não é animador. Nas últimas dez participações, só em quatro o time terminou entre os dez primeiros.
Em 2017, o Vasco encerrou a competição em 7º lugar e classificado para a pré-Libertadores. Entretanto, os dois anos seguintes foram de muito sofrimento.
No ano passado, o Cruzmaltino teve um péssimo início na competição. Com apenas 1 ponto em cinco rodadas, a condição de lanterna fez a torcida temer por um novo rebaixamento. Porém, com a chegada do técnico Vanderlei Luxemburgo, a equipe foi reagindo aos poucos e se livrou da ‘confusão’.
Apesar das dificuldades na tabela, a torcida não deixou de apoiar. E o bom padrão de jogo e a reação da equipe na competição fizeram com que o ano terminasse em alta.
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A temporada 2020, entretanto, começou em baixa. Embora o elenco fosse praticamente o mesmo, a saída de Luxa e a chagada de Abel Braga não fizeram bem à equipe. Em paralelo, os atrasos de salários foram se acumulando e afetaram diretamente o rendimento em campo.
O fracasso no Carioca e as más atuações na Copa do Brasil e Sul-Americana derrubaram Abel. A diretoria então apostou num velho conhecido, o ex-ídolo dos anos 90 Ramon Menezes. Para dar um toque de experiência na comissão técnica, Antônio Lopes assumiu como Coordenador.
A estreia do Vasco no Brasileirão será na quinta-feira, dia 13/8, contra o Sport, em São Januário. O MAIS QUE UM JOGO destaca os pontos fortes e fracos, e quem pode fazer a diferença no Gigante da Colina.
PONTOS FORTES
1. Ambiente renovado
A chegada de Ramon Menezes e o esforço da diretoria para regularizar as pendências financeiras deram uma injeção de ânimo no grupo. A paz voltou a reinar em São Januário e a confiança está renovada.
2. Elenco ‘comprou’ filosofia de Ramon
O trabalho de Ramon Menezes foi bem aceito pelos jogadores. Ex-auxiliar do clube por dois anos, Ramon conhece bem o elenco e sua filosofia de trabalho agradou em cheio. É notável o progresso coletivo e individual nos jogos e treinos realizados com o novo treinador.
3. Tempo de treinamento
O Vasco foi uma das primeiras equipes da Série A a retornar aos treinamentos após a paralisação da Covid-19. O grupo já tem 60 dias de treinos e jogos, o que é o dobro das equipes paulistas, por exemplo.
PONTOS FRACOS
1. Limitações do elenco
O elenco vascaíno ainda é limitado para maiores pretensões na competição nacional. Até o momento foram poucos os reforços contratados e houve perdas importantes, principalmente no meio campo. Os volantes titulares, Freddy Guarín e Raúl, até o momento, não têm permanência assegurada e nem estão disponíveis para jogar.
2. Crise financeira
Apesar da a diretoria ter conseguido reduzir e negociar as dívidas com o elenco, a situação segue bastante precária. Em uma competição longa como o Brasileiro, a situação ainda pode evoluir de forma negativa.
3. Bastidores agitados por eleições
O delicado equilíbrio que o Vasco encontrou tem mais um fator que pode contribuir para que as coisas desandem. O clube tem eleições no final do ano e as disputas políticas estão em ebulição em São Januário. Isso amplifica qualquer mau momento que a equipe possa passar na competição.
QUEM PODE FAZER A DIFERENÇA
O Vasco conta com alguns nomes que dão estabilidade ao time. Fernando Miguel no gol, Castán na zaga e o eficiente Germán Cano no ataque. Porém, o que pode fazer a diferença neste Brasileirão é o desempenho de dois nomes em particular, Talles Magno e Bruno César.
Joia da base cruzmaltina, Talles tem tudo para explodir em 2020. Atrapalhado por uma lesão no pé em fevereiro, ele está recuperado e carrega as esperanças da torcida.
Bruno César, por outro lado, chegou em 2019 para ser o camisa dez da equipe. Não conseguiu entrar em forma e acabou decepcionando. Após um período afastado, o meia parece focado na sua recuperação e tem sido muito elogiado por sua aplicação nos treinos e jogos. Se ele finalmente corresponder ao que se esperava dele, também vai fazer a diferença.
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