O folclore faz parte do futebol brasileiro, e o Vasco tem sido protagonista de muitos episódios marcantes em sua história. Coincidentemente, nas últimas décadas, Eurico Miranda esteve envolvido na maioria deles.
Conhecido por suas bravatas e provocações aos rivais e adversários políticos, o dirigente era uma máquina de produzir polêmicas.
Para ajudar Eurico, o Vasco contou com personagens ricos em histórias, como a dupla Romário e Edmundo.
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O MAIS QUE UM JOGO relembra ‘causos’ da história do Vasco.
Final do Carioca 1990: Duas voltas olímpicas
O Campeonato Carioca de 1990 viveu uma situação inusitada. O Vasco perdeu a final contra o Botafogo por 1 a 0 no tempo normal. Entretanto, baseado em uma interpretação duvidosa do regulamento, o Cruzmaltino entendeu que teria de haver prorrogação. Em resumo, os dois clubes deram a volta olímpica e o título foi decidido nos tribunais meses depois em favor do Botafogo.
Campeonato Carioca 1997: Calções iguais
Vasco e Botafogo disputaram um clássico no Campeonato Carioca de 1997 em São Januário. Os dois times entraram em campo com calções da mesma cor e foram chamados a atenção pelo árbitro. A obrigação de trocar o uniforme era do time visitante, mas o Botafogo não tinha outra opção no estádio. Eurico Miranda bateu o pé, mas o presidente do Cruz-Maltino, Antônio Soares Calçada, apaziguou a situação. Após 45 minutos de atraso, a partida teve início com o Vasco trocando o uniforme.
Campeonato Carioca 1999: Bicho contra o Fluminense
Dois anos mais tarde, o Vasco tinha um time que era sensação do Brasil. Por outro lado, o Fluminense vivia a maior crise de sua história e estava na terceira divisão nacional.
O Vasco havia conquistado o Torneio Rio-São Paulo, mas tropeçou diante do Fluminense pelo caminho. Eurico Miranda então não pagou o montante total da premiação combinada com os jogadores, por conta da derrota por 4 a 2.
As duas equipes voltaram a se encontrar no Campeonato Carioca, e Eurico mandou uma das suas:
“Esse time é da terceira divisão. Se não ganharem de, no mínimo, 3 a 0, não tem bicho”.
Anos mais tarde, o dirigente lembrou o episódio:
“Vencemos o jogo por 3 a 0 e paguei o bicho. Paguei satisfeito”.
Romário, Edmundo e Eurico – A corte feliz
Em 2000, Edmundo era o grande ídolo do Vasco, mas teve que dividir as atenções com Romário. O Baixinho retornava ao clube que o projetou após anos no rival Flamengo. Os dois travaram uma disputa pela coroa vascaína numa sequência digna de enredo de novela.
Os dois não se falavam fora de campo e dentro dele, a briga era pela artilharia do time. O assunto tomou grandes proporções na partida contra o Bangu em São Januário. Edmundo, que havia aberto o placar, queria bater um pênalti mas foi impedido por Romário. O Baixinho desperdiçou e teve que aguentar o desabafo do concorrente, que indicou o favorecimento de Eurico ao camisa 11.
“Quem manda é o homem lá, mas só eu que estava treinando os pênaltis. Mas quem manda é o homem. Se o homem quer que bata o príncipe, eu não tenho culpa”.
Ao final da partida, ao ser interpelado, Edmundo disse que o rei no Vasco era Eurico.
Duas rodadas depois, Romário ultrapassa Edmundo na artilharia e responde o companheiro.
“Agora a corte está toda feliz: o rei, o príncipe e o bobo”.
Três meses depois do episódio, Edmundo deixava o Vasco rumo ao Santos, por empréstimo. Já o Baixinho liderou o Vasco nas conquistas da Copa Mercosul e do Campeonato Brasileiro naquele ano.
Final da Copa João Havelange 2000 – A queda do Alambrado
Um dos episódios mais marcantes da história do Vasco aconteceu na final da Copa João Havelange de 2000. Vasco e São Caetano empataram o jogo de ida em São Paulo por 1 a 1. O confronto decisivo seria no Maracanã, mas o Vasco conseguiu que a partida fosse marcada para São Januário. Começado o jogo, era nítida a condição de superlotação do estádio, e, aos 23 minutos de partida, houve um tumulto no meio da arquibancada. Isso fez várias pessoas caírem umas sobre as outras pelos degraus. Os torcedores que caíram acabaram se amontoando na parta mais baixa, e a quantidade de gente amontoada era tão grande que a grade que cercava o gramado acabou cedendo.
Em busca de uma saída, a torcida invadiu o gramado. A partida ficou paralisada por duas horas para que os feridos fossem socorridos. Eurico Miranda queria que o jogo fosse reiniciado, mas o então governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, determinou sua suspensão. O Vasco se declarou campeão e deu a volta olímpica.
Final da Copa João Havelange 2000 – Marca do SBT na camisa
A novela da final da João Havelange, porém, prosseguiu nos dias após a partida. A Justiça desportiva determinou que uma nova partida deveria ser realizada, e Vasco e São Caetano entraram em campo. Desta vez, o palco foi no Maracanã, em janeiro de 2001. Apontando a Rede Globo como uma das responsáveis pela suspensão do jogo em São Januário, Eurico Miranda provocou a emissora. O Vasco entrou em campo com um uniforme que estampava a marca da concorrente SBT, do apresentador Sílvio Santos.
Vasco rebaixado pela terceira vez em 2017 – “Vou para a Sibéria”
O Vasco foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro três vezes. Nas duas primeiras, e, 2008 e em 2009, o clube era comandado por Roberto Dinamite. Eleito presidente, Eurico Miranda retorna em 2014 e se vangloria de que com ele o Vasco não será rebaixado. No ano seguinte, a situação da equipe na competição nacional era crítica e o dirigente soltou mais uma de suas bravatas.
“Se o Vasco cair, vou para a Sibéria,” afirmou Eurico.
A frase ganhou grande repercussão na mídia, mas no final, o Vasco acabou na segunda divisão. Eurico, naturalmente, continuou em São Januário.
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