O 1 de janeiro é considerado o Dia Mundial da Paz. Tanto que é feriado em praticamente todos os países do mundo. Em uma data tão especial o MQJ Memória vai prestar mais uma homenagem ao Rei Pelé e relembrar quando o craque conseguiu parar uma guerra. O fato aconteceu em 1969 na Nigéria.
Naquela ocasião a cidade de Biafra enfrentava uma guerra, pois um grupo separatista queria tornar a região um novo país. Logo os Igbos, que lideravam o movimento, entraram em rota de colisão com os hausas, que dominavam o governo naquele momento.
Ao saber que o Santos estava fazendo uma série de jogos pelo mundo, o Governo da Nigéria logo entrou em contato com o clube paulista. Mas existia a preocupação com a segurança dos jogadores e até mesmo dos torcedores, já que a ideia era que o confronto acontecesse em Benin, uma cidade que estava no calor do confronto.
A diretoria do Santos então aceitou o jogo porque os organizadores garantiram que haveria o cessar-fogo. O Governo nigeriano deu a própria palavra.
Nigéria cuidou de todos os detalhes
O Governo da Nigéria entrou em contato com os Igbos. Era preciso que os separatistas acenassem com algum movimento de que aceitariam a paz. Era quase que uma exigência dos santistas que isso acontecesse.
– Na época os empresários deram aos jogadores a palavra de que nada aconteceria. Afinal de contas o jogo não estava previsto no calendário de jogos do Santos naquela excurssão. Mas os atletas aceitaram para dar alegria aos nigerianos – lembrou Pelé em 1990, na ocasião das comemorações de seus 50 anos.
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Segundo a imprensa nigeriano recordou esta semana, os rebeldes separatistas construíram rapidamente uma ponte em Biafra com a ajuda do governo para que os moradores da cidade pudessem visitar Benin e ver o jogo. Soldados das duas etnias juntos serviram de senha para tranquilizar os brasileiros.
Orgulho da torcida do Santos e do próprio Pelé
O jog, em 4 de fevereiro de 1969, foi contra a seleçãop de Benin e o Santos ganhou por 2 a 1. Toninho Guerreiro e Edu marcaram os gols. Ao todo 25 mil nigerianos acompanharam o confronto. Muitos deles podem ter entrado, depois, na estatística cruel da guerra, que durou de 1967 a 1970. Foram mais de 2,5 milhões de mortes para, no fim, Biafra seguir sob o comando das Nigéria.
Apesar disso a torcida do Santos até hoje canta uma música em que faz uma menção ao episódio: “Só o Santos parou uma guerra”.
Pelé também sempre se orgulhou do fato.
– Um dos meus grandes orgulhos foi ter parado uma guerra na Nigéria, em 1969, em uma das várias excursões que o Santos fez pelo mundo. Nós tínhamos um amistoso marcado na Cidade de Benin, que estava no meio de uma Guerra Civil. Só que o Santos era tão amado que as partes aceitaram um cessar-fogo no dia da partida. Ficou conhecido como o “Dia em que o Santos parou a guerra” – relembrou Pelé nas redes sociais, em post em 2020.
No Dia Mundial da Paz, que inicia 2023, o primeiro ano sem Pelé, nada mais justo do que relembrar mais um feito do Atleta do Século, o Rei do Futeol. Dentre váriass virtudes, Pelé também era um pacificador.
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