O PSG nega, mas o megacontrato de Kylian Mbappé, revelado no último domingo (23) pelo “Le Parisien” pode ser um grande problema para o clube francês. Teve perdas de 350 milhões de euros no último ano – em torno de R$ 1,8 bilhão. Ultrapassam largamente os 224 milhões de euros – cerca de R$ 1,1 bilhão – da temporada da época 2020-2021 e colocam em dúvida a gestão financeira de Nasser Al Khelaïfi.
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Vale lembrar que a UEFA o sancionou no início de setembro último, por violação do Fair Play Financeiro. O órgão máximo do futebol europeu decretou uma multa de 65 milhões de euros – R$ 343 milhões -, dos quais 10 foram de pagamento imediato e os outros 55 foram suspensos. O novo Fair Play, que impede gastos acima de 70% da receita na construção de um elenco (este ano é de 90%, no próximo será de 80% e permanecerá em 70% em três temporadas), é uma ameaça ao clube.
Mbappé fez com que a massa salarial aumentasse ainda mais em relação à temporada passada. Daí a gravidade da matéria-denúncia do “Le Parisien”.
Para piorar, o PSG não conseguiu resolver a situação financeira no mercado de transferências, pois foi impossível atingir a meta de 150 milhões de euros em lucros. Não conseguiu nada além de 50 milhões de euros. Enquanto isso, a massa salarial, fixada em mais de 600 milhões no ano passado, vai sofrer um aumento considerável com o novo contrato de Mbappé.
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A renovação de Mbappé, além de ser um golpe no PSG graças a esse aumento vertiginoso em sua massa salarial. O governo francês está de olho na situação, pois o valor proporciona uma injeção significativa de dinheiro nos cofres do Estado. Na França, antes de fazer a redução de impostos, 12% são pagos em contribuições salariais. O Estado iria reter 49% da parte do jogador a título de imposto sobre o rendimento. São 45% por ter rendimentos superiores a 160 mil euros e 4% por ser classificado como rendimentos elevados.
Nem Mbappé nem o PSG teriam tratamento especial pela lei. De acordo com um estudo fiscal de 2021, os jogadores do Paris Saing-Germain pagaram ao Estado 1,9 bilhão de euros – cerca de R$ 10,5 bilhões – desde a chegada da “Qatar Sports Investments”, em 2012. O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, fez comentários sobre o contrato faraônico de Mbappé com o PSG. Ele garantiu que o valor arrecadado servirá para “financiar os serviços públicos”.
“Ele vai pagar muitos impostos e é bom que os pague na França em vez de pagá-los em outro lugar. As somas são tão vertiginosas que escapam ao entendimento comum”.
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