O drama de Messi e de outros craques ausentes em Copas. Não há ineditismo no possivel desfalque de um dos maiores jogadores do mundo na atualidade na próxima Copa do Mundo. Aproveitando a difícil situação da Argentina nas Eliminatórias Sul-Americanas, o MQJ fez um levantamento sobre situações semelhantes. De 1970 para cá, constatamos que todas as Copas perderam um pouco de brilho. Em alguns casos, houve mais de um desfalque.
2014 – Ibrahimovic
“Foi provavelmente a minha última tentativa de chegar à Copa do Mundo com a seleção sueca. Por enquanto, continuarei jogando na equipe. Uma coisa é certa: uma Copa sem mim não vale a pena ser vista”. Essas foram as palavras do craque Zlatan Ibrahimovic, após derrota da Suécia para Portugal, por 3 a 2, em novembro de 2013, durante as Eliminatórias da Europa.
Nessa partida, memorável, Ibra marcou dois gols, mas viu Portugal carimbar o passaporte com a vitória por 3 a 2. Do outro lado havia Cristiano Ronaldo, que marcou três vezes.
2010 – Neymar, Ganso, Adriano, Ronaldinho, Ronaldo…
Dunga surpreendeu ao anunciar a lista dos convocados para a Copa de 2010. É certo que grandes craques e artilheiros, como Ronaldo Fenômeno, Adriano e Ronaldinho Gaúcho eram considerados já como veteranos. Mas havia o outro lado também.
Neymar e Ganso – à época, jogando um belo futebol -, também ficaram fora da lista. E olha que houve pressão popular e da mídia. Mas, Dunga é Duga. De quebra, uma outra surpresa: Grafite, que jogava na Alemanha, no Wolfsburg, deu as caras na lista.
2006 – Alex
Parece incrível, para quem o viu jogando nos bons tempos, que Alex não tenha disputado uma Copa do Mundo em sua carreira. Mas é fato. Na época havia até um certo consenso, pressão popular e tudo mais. Porém, Parreira bateu o pé. E olha que Alex, com a Seleção, havia sido campeão da Copa América duas vezes – em 1999 e 2004.
1998 e 2002 – Romário
Chegou a causa comoção o anúncio de que Romário não disputaria a Copa de 2002, realizada conjuntamente por Coreia do Sul e Japão. Sobretudo porque o mesmo havia ocorrido quatro anos antes, na Copa de 1998, na França. Antes de 2002, Romário havia sido o artilheiro dos dois últimos campeonatos brasileiros (2000 e 2001). Mas Felipão não ouviu os apelos e Romário ficou fora da lista para a Copa.
Houve incluvise uma reunião decisiva, na qual o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, reuniu Romário com o treinador. Às vésperas da Copa, quando os três saíram do encontro, o que se soube era o Baixinho estaria fora da competição.
Em 1998, o que se esperava era a formação da dupla Ro-Ro (Ronaldo e Romário). Isso não havia acontecido antes, pois em 1994 Romário fez a inesquecível dupla com Bebeto, enquanto Ronaldo estava estreando, como reserva. O problema é que Romário sofreu uma lesão no tornozelo e foi cortado. Zagalo chamou o volante Emerson para a vaga do Baixinho… um volante!?!
1994 – Portugal e Rivaldo
Portugal contava com uma forte seleção e era de se esperar a presença da equipe na Copa. O time contava com jogadores como Luis Figo, Rui Costa e João Pinto, que formaram o melhor grupo desde os tempos de Eusébio e Mário Coluna, em 1966. Porém, Portugal ficou em terceiro lugar no seu grupo, atrás de Alemanha e Ucrânia, com direito a um empate controverso em Berlim, no qual Rui Costa foi expulso de maneira duviosa quando os donos da casa venciam por 1 a 0.
Do lado brasileiro, o grande desfalque ficou por conta de Rivaldo. O meia vinha despontando, vestindo a camisa da Seleção em ocasiões anteriores e se saindo bem. Ficou fora da lista, para tristeza da torcida, que acabou se alegrando ao fim da competição… sabemos bem por quê.
1990 – Neto
A Copa da Itália, em 1990 reuniu, pela primeira vez, todos os times campeões mundiais (na época, Uruguai, Brasil, Inglaterra, Itália, Alemanha e Argentina). Pouco se pode falar sobre desfalques marcantes, mas vale citar, por exemplo, a França. Em renovação, o país sofria sem Platini, Fernandez, Giresse e Six.
Jovens como Papin e eficientes como Sauzée lideravam o time dentro de campo, mas não deu para passar das Eliminatórias. O time, então comandado por Michel Platini como treinador, foi punida por ter apenas empatato com o Chipre, além da derrota para a Escócia. Custaram a classificação.
No Brasil, acreditava-se que o “gordinho” Neto seria convocado. Mas Sebastião Lazaroni não o chamou. O técnico optou por levar Tita e Bismarck, ambos do Vasco, fato que gerou muitas críticas.
1986 – Renato Gaúcho, Leandro e Toninho Cerezzo
Essa Copa foi bem problemática para o Brasil. Pouco antes do embarque da Seleção para o México, Renato Gaúcho e o lateral direito Leandro fugiram da concentração para curtir a noite de Belo Horizonte. Foram descobertos.
Telê decidiu cortar Renato Gaúcho, mas Leandro tomou partido do companheiro e pediu dispensa. Outro que ficou fora do mundial foi Toninho Cerezo. O volante não conseguiu se recuperar de uma lesão sofrida antes da Copa.
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1982 – Adílio, Tita, Perivaldo, Reinaldo e Careca
A Seleção Brasileira de 1982 é considerada por muitos como a melhor de todos os tempos, mesmo do que aquela de 1970. Será que poderia ter sido melhor? Mesmo com a derrota para a Itália, na fatídica “Tragédia do Sarriá”, o time deixou a competição sob olhares de admiração. Era um belo futebol.
Acontece que ao mesmo tempo o técnico Telê Santana sofria com a fama de teimoso. Muito em razão da não convocação de jogadores como Adílio, Tita, Perivaldo e Reinaldo. Para piorar, houve também o caso de Careca, que foi cortado quatro dias antes da estreia, por causa de lesão.
1978 – Johan Cruyff e Falcão
A Holanda chegou a sua segunda final consecutiva, depois do espetáculo ofensivo do famoso Carrossel de 1974. Mas o brilho não foi o mesmo sem Johan Cruyff, que se negou a ir à Argentina em protesto contra a ditadura militar que governava o país. Na final, apesar do jogo duríssimo, a Holanda acabou vencida pela raça e determinação dos argentinos.
No lado brasileiro, a surpresa foi a convocação de Chicão, do São Paulo. O técnico Cláudio Coutinho abriu mão do craque Falcão, que no futuro mostraria todo seu talento e se tornaria o “Rei de Roma”. Mesmo Rivelino chegou a ser especulado. O próprio jogador, à época, descartou sua participação na Copa pois “estava velho”.
1974 – Pelé e Zico
Pode-se dizer que o grande desfalque da Seleção Brasileira na Copa de 1974 foi Pelé. O Rei do Futebol tinha 34 anos na época da competição, mas havia abandonado a Seleção após o título de 1970. Saiu por cima.
Mas, havia também o outro lado. Um jovem Zico dava suas primeiras demonstrações de talento na Gávea, com a camisa do Flamengo. Chegou a ser especulada a convocação do Galinho de Quintino, mas não rolou…
1970 – Toninho Guerreiro e Dirceu Lopes
Toninho Guerreiro não teve muitas oportunidades com a camisa da seleção brasileira. Ele só jogou duas vezes com a amarelinha, com duas vitórias e quatro gols marcados. O ex-artilheiro foi cortado às vésperas da Copa de 1970. Ele afirmava que foi preterido porque o Presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, preferia Dadá Maravilha. E Dirceu Lopes foi convocado para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, sob o comando de João Saldanha. A convocação do meia para o Mundial era dada como certa, porém com a mudança de técnico, ele ficou fora da lista de Zagallo. O jogador defendia a seleção brasileira desde 1967 até próximo da viagem para o México.
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