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Entenda os motivos que movem Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense na polêmica do Campeonato Carioca

Flamengo e Vasco de um lado. Botafogo e Fluminense do outro. Essa é a realidade que vem movimentando as discussões sobre a volta do Campeonato Estadual no Rio de Janeiro. Flamenguistas e vascaínos contam com o apoio dos clubes de menor expressão e da própria Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). Mas no tabuleiro desse jogo de xadrez, as peças são movidas por diversos interesses. O MAIS QUE UM JOGO tenta explicar quais são.

Ferj tem que administrar crise entre clubes (Foto: Divulgação)

Entenda os motivos que movem Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense na polêmica do Campeonato Carioca:.

Flamengo

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, tem cartada de mestre (Foto: Alexandre Vidal/CRF)

O Flamengo não tem dinheiro a receber de cotas de televisão por causa do Campeonato Carioca. Vem em polêmica com a Rede Globo para discutir valores. Além disso, com a pandemia do Coronavírus os jogos não terão público, o que não lhe dá nenhum retorno em termos de bilheteria. Sem público e sem TV, também não há exposição da marca de seus patrocinadores. Ou seja, não existe pressão neste sentido.

Entretanto, o Flamengo ganha a maior parte de sua receita em outras competições. Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e a principalmente a Copa Libertadores. A CBF sinaliza que seus dois torneios não voltam enquanto os Estaduais não terminarem. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) vê o Brasil como a grande ameaça para a volta do torneio, uma vez que a pandemia parece estar no auge neste momento no país. Assim o Flamengo precisa pressionar CBF e Conmebol a voltarem com seus torneios.

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Diante desta estratégia o Campeonato Carioca virou a vitrine ideal para o Flamengo. Mostrar que é seguro a prática do futebol mesmo em um estado no auge da pandemia. Se emplacar esta ideia vai antecipar o retorno das competições que realmente lhe interessam.

Além disso, só terá a ampla receita que deseja se o Brasileirão for no sistema de pontos corridos. Quanto mais tarde o futebol voltar mais força ganhará o projeto de mudar a fórmula de disputa. Um baque nos cofres flamenguistas.

Vasco

Alexandre Campello, presidente do Vasco, precisa das cotas de TV (Divulgação CRVG)

Se o Flamengo mira a Libertadores, o Vasco não tem este tesouro em 2020. Mas então por que embarcar nesta aventura flamenguista? Simples. O Vasco realmente precisa das cotas de televisão que estão bloqueadas até o retorno do torneio. O clube atravessa uma severa crise financeira e não consegue honrar seus compromissos mais simples. Nem mesmo a venda de Marrony permite que ele deixe de corre o risco de perder atletas na Justiça.

Assim o Vasco precisa da bola rolando mais do que qualquer outro clube. Até porque, além de receber as cotas de TV, deseja colocar seus jovens na vitrine de olho em possíveis negociações.

Pequenos

Bangu vai enfrentar o Flamengo no retorno do Carioca (Foto: Bangu AC)

Os clubes pequenos também precisam do dinheiro das emissoras de televisão. Além disso, com muitos jogadores contratados apenas para o Campeonato Carioca, está tendo que estender a folha salarial por mais meses, o que compromete a saúde financeira deles.

Ferj

Rubens Lopes preside a Ferj (Foto: Divulgação)

A Federação vive de campeonatos. Não tem receita própria. Ninguém torce pela Federação. Assim, precisa de jogos para expor seus patrocinadores e ganhar os percentuais que lhe são de direito.

Fluminense

Mário Bittencourt está contra retorno agora (Foto: Instagram)

O Fluminense está mergulhado em processos envolvendo a falta de pagamento de empréstimos e compra de direitos federativos. Tem parte do seu percentual de receita bloqueado pelo Ato Trabalhista. Mas na pandemia essas dívidas estão sendo congeladas e assim ele tem tempo de se organizar e buscar soluções internas.

Logicamente que a diretoria do Fluminense está sensível aos problemas da pandemia no estado. E com um elenco com nomes experientes e de opinião forte, a pressão interna por não voltar também é grande.

Botafogo

Nelson Mufarrej não pretende fazer cortes (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

O Botafogo tem nos seus dirigentes discursos fortes pelo respeito à vida. Existe a sensibilidade dos diretores em relação aos riscos da pandemia. Mas o discurso faz parte do processo de mostrar que o clube está preparado para o modelo de empresa. O Botafogo S/A se aproxima do modelo europeu de gestão. Liderar o processo contra aqueles que querem o futebol em meio à pandemia o coloca em posição de destaque na mídia, inclusive a internacional.

Além disso, o clube tem usado a pandemia para fazer as lições de casa e se organizar na tentativa de virar empresa. O discurso é tão afinado e o Marketing interno é tão fortalecido que os funcionários compraram a briga do clube. A comissão técnica ameaçou pedir demissão se tiver que ir a campo em junho.

Assim o Botafogo, fortalecido na mídia de maneira positiva, mostrando união interna, facilita a atenção de investidores para seu projeto S/A.

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