O Botafogo tem usado a pandemia do Coronavírus, que paralisou as atividades esportivas no Brasil e no mundo, para arrumar a sua casa de olho na transformação do clube em empresa. O Botafogo S/A já é tratado como uma realidade nos bastidores de General Severiano. Internamente os dirigentes aproveitaram a paralisação dos torneios para ajeitar questões que consideram importantes para o futuro do clube. O Botafogo usa a pandemia para arrumar a casa para virar S/A.
Procura por investidores, redução de despesas e aproximação com o departamento de futebol são apenas algumas das ações que o clube vem executando internamente. Quem lidera as ações é o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro, presidente campeão brasileiro em 1995 e o mais influente dirigente do clube no momento. O presidente Nelson Mufarrej tem colaborado não criando problemas para que o conselho gestor tome as rédeas. Ricardo Rotenberg cuida da aproximação da diretoria com o departamento de futebol.
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O MAIS QUE UM JOGO detalha alguns pontos importantes deste processo:
Projeto organizado
Os dirigentes do Botafogo aproveitaram a quarentena para melhorar o projeto de transformação do clube em empresa. Tornar mais claro para investidores a transparência de se investir no Glorioso. É sabido que o futebol é um negócio que ainda deixa investidores receosos. Modelos europeus foram estudados justamente no sentido de melhorar a transparência do produto Botafogo.
Redução de despesas
O Botafogo vem usando a quarentena para reduzir despesas. Funcionários foram demitidos em um processo que começou em janeiro, mas que saiu do papel durante a pandemia. Existia o sentimento de um inchaço no quadro de funcionários.
Queda da folha salarial
Para tornar o custo do futebol mais funcional e dentro da realidade da pandemia o clube vem trabalhando na redução do elenco. Vem negociando jovens que não estão mais nos planos. Tenta acordo com o zagueiro argentino Joel Carli para a rescisão amigável. Mesmo caminho que será tomado em relação ao volante Cícero.
Pé no freio com reforços
Se antes da pandemia se falava em Yaya Touré e Obi Mikel e flertava-se com a volta aos gramados de Arjen Robben, o Botafogo colocou o pé no freio. Montenegro usou como desculpa um trauma em relação ao fracasso da transação com Yayá Touré. Mas a medida ée justamente para não amedrontar possíveis investidores passando a impressão de uma gestão temerária no aspecto financeiro. Assim não se fala mais em astros estrangeiros.
Busca por investidores
Montenegro lidera esta parte do projeto. Mas tem a ajuda de botafoguenses ilustres como Manoel Renha e Cláudio Good e de empresários como Felipe Neto e os irmãos Moreira Salles. Fala-se em um aporte inicial de R$ 400 milhões, sendo a maior parte para quitar as dívidas emergenciais e tornar o clube viável. Mas os dirigentes evitam falar em cifras.
Aproximação com o departamento de futebol
Ricardo Rotenberg tem aproximado cada vez mais Paulo Autuori das decisões do setor. O treinador tem chamado a atenção por conta da sua capacidade de gestão. Além disso tem capacidade de liderança. Vai virar gerente tão logo o projeto S/A saia do papel. Mas não gosta de falar do assunto.
Redução da importância da eleição
Com dois candidatos a presidente, Durcésio Mello e Walmer Machado, a eleição do Botafogo será em novembro. Entretanto, pode ser adiada por conta dos efeitos da pandemia. Mas é consenso na diretoria que ninguém deve antecipar o pleito e é preciso evitar o clima eleitoral para não afastar investidores. Assim o tema é evitado. Mas até quando?
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