MQJ Memória: Raí ou Ronaldinho Gaúcho? Com quem Neymar vai ser comparado na saída do PSG

Neymar será desfalque contra o PSG pelas oitavas de final da Champions League. A fama de faltar a jogos importantes, seja por lesão, como agora, poou por suspensão, indicam que o craque está perto de deixar o PSG. Mas com qual jogador brasileiro de peso do PSG ele vai se parecer na saída do clube? Uma pergunta que o MQJ MEMÓRIA vai tentar responder revisitando a passagem de alguns nomes de peso do Brasil que passearam no Parc dos Princes.

Neymar foi a maior contratação da história do PSG. Mas não foi a primeira vez que o clube francês investiu pesado em um jogador brasileiro. Em 1993 o clube tirou Raí do São Paulo para liderar seu meio-de-campo. O jogador era maestro do clube paulista, campeão mundial e da Libertadores, e caminhava para liderar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994.

O primeiro ano no PSG foi na reserva em boa parte dos jogos e de decepção. Para muitos, a necessidade de adaptação fez com que ele caísse de produção a tal ponto, que terminou a Copa do Mundo de 1994 na reserva de Mazinho, lateral que fopi improvisado na criação de jogadas.

-O Raí ajudou a Seleção Brasileira naquela Copa, mas poderia ter sido ainda mais efetivo se tivesse permanecido no São Paulo. Mas naquele momento era importante para ele ir para a Europa – analisou Telê Santana, seu técnico no São Paulo, pouco antes de morrer.

Passada a primeira temporada, Raí se transformou em um dos principais ídolos do clube. Foi o capitão do time por quatro temporadas, disputando 204 partidas e marcando 71 gols. Uma prova de sua idolatria é que em 2020 o clube promoveu uma enquete em que o brasileiro foi eleito o maior jogador da história do clube francês. Participaram da votação torcedores, ex-jogadores, técnicos e dirigentes. Raí foi o primeiro em todos os grupos.

Neymar nunca teve essa idolatria no clube francês. Assim uma comparação com Raí talvez não seja boa.

Ronaldinho Gaúcho seria mais Neymar?

Satisfeito com o sucesso de Raí, o PSG tentou fazer de Ronaldinho Gaúcho o novo ídolo do clube, o contratando em 2001. Após uma polêmica com o Grêmio, o gaúcho chegou ao clube francês carregando grande expectativa.

Apesar de ter feito bons jogos, principalmente em clássicos, Ronaldinho Gaúcho esteve longe de se tornar ídolo do clube. Alguns diziam que não se esforçava em jogos contra times de menor investimento.

Para piorar a situação do jogador, o então técnico Luis Fernández passou a expor o meia, dizendo que ele se dedicava mais a baladas noturnas do que ao clube. Apesar da irregularidade, Felipão o convocou para a Copa do Mundo de 2022.

Brilhando na conquista do pentacampeonato mundial, Ronaldinho Gaúcho se valorizou e forçou a saída do PSG. Na época o Barcelona venceu a disputa com o Manchester United e contratou o craque, que fez bela carreira na Espanha.

Também tendo defendido o Barcelona, Neymar fez o caminho contrário de Ronaldinho Gaúcho. Mas as comparações podem ficar por aí.

Momentos diferentes do próprio PSG

Apesar de Raí ter sido muito maior do que Neymar no PSG e Ronaldinho Gaúcho ter um desempenho pior do que o do ex-santista, as comparações deixam de ser válidas se analisarmos os momentos diferentes do PSG.

Tanto quando Ronaldinho Gaúcho jogou no PSG, como quando Raí chegou ao clube, o PSG não pensava em ganhar o continente europeu. As conquistas nacionais eram suficientes e isso facilitou demais a vida dos dois. Tanto que quando R10 deixou o Parc dos Princes alegou que queria disputar torneios importantes da Uefa.

Neymar chegou ao PSG em 2016 quando o clube já contava com o alto investimento de um grupo bilionário. Foi uma das apostas para levar o PSG a ganhar a Champions League, algo que não conseguiu. O mais perto que chegou foi o vice em 2020, quando o clube perdeu para o Bayern de Munique a finalíssima.

Se Neymar vai mesmo deixar o PSG agora ninguém sabe, apesar de tudo indicar que sim. Entretanto é certo que se isso acontecer sem a conquista do título continental, Neymar realmente continuará atrás de Raí e de Ronaldinho Gaúcho na história do PSG.