O grito ficou entalado na garganta por 24 anos. Contudo, o dia 17 de julho de 1994 se tornou histórico. O Brasil voltou a ser campeão mundial e conquistou a Copa do Mundo pela quarta vez. O tetra, conquistado nos Estados Unidos, completa 30 anos nesta semana. O MQJ MEMÓRIA, então, entra em cena para relembrar aquela conquista.
O jejum era incômodo. Depois do tri, em 1970, o Brasil acumulou algumas decepções em Copas do Mundo. Muitas deles cruéis, como a de 1982, com uma geração que encantou o mundo da bola.
A Seleção Brasileira de 1994, além da seca, lidou com outro fator: a desconfiança. O Brasil sofreu nas Eliminatórias e embarcou para os Estados Unidos desacreditado. Contudo, o time comandado por Carlos Alberto Parreira fez história.
O tetra do Brasil
A Seleção caiu no Grupo B, ao lado de Suécia, Rússia e Camarões. Na estreia, no dia 20 de junho, o Brasil largou com o pé direito e fez 2 a 0 para cima dos russos. Romário abriu o placar, enquanto Raí, de pênalti, ampliou.
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Parreira mandou a campo a seguinte equipe: Taffarel; Jorginho, Ricardo Rocha, Márcio Santos e Leonardo; Mauro Silva, Dunga, Zinho e Raí; Bebeto e Romário. Aldair e Mazinho entraram na etapa final. Por alguns motivos, como lesão, suspensão e de ordem tática, a Seleção sofreu algumas alterações na caminhada até o dia 17 de julho de 1994.
Quatro dias depois da estreia, a Seleção fez 3 a 0 em Camarões. Romário, novamente, abriu o placar. Márcio Santos e Bebeto marcaram na etapa final. O time de Parreira, assim, garantiu classificação antecipada para as oitavas de final.
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No último jogo da fase de grupos, com força máxima à disposição, o Brasil empatou por 1 a 1 com a Suécia. Kennet Andersson colocou os suecos na frente. Contudo, Romário tratou de deixar tudo igual no começo do segundo tempo.
O mata-mata da Copa do Mundo de 1994
A Seleção, então, teve os Estados Unidos pela frente nas oitavas de final, em uma data cercada de simbolismo para os anfitriões: 4 de julho, dia da independência norte-americana. O duelo teve contornos dramáticos.
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Contra os Estados Unidos, Parreira optou por reforçar o meio de campo. Ele, então, colocou Mazinho no lugar de Raí. Ainda no primeiro tempo, o Brasil ficou com um homem a menos. Leonardo acertou uma cotovelada em Tab Ramos e foi expulso, aos 43 minutos. A Seleção segurou a bronca e chegou à vitória na etapa final: 1 a 0, gol de Bebeto.
Nas quartas de final, contra a Holanda, a estrela de Branco, substituto de Leonardo, brilhou. O duelo, por sinal, foi carregado de emoção. Já no segundo tempo, Romário abriu o placar. Bebeto, dez minutos depois, ampliou e fez uma comemoração histórica. O atacante fez um gesto de “embala neném”, em homenagem ao filho Mattheus.
A Holanda, contudo, buscou estragar a festa. Bergkamp, um minuto depois do gol de Bebeto, diminuiu. Aaron Winter, aos 31, deixou tudo igual. Branco, então, surgiu como herói. Aos 36 minutos, ele cobrou falta e fez 3 a 2. Um gol histórico, assim como o jeitinho dado por Romário para a bola não bater nele.
Na semifinal, o Brasil reencontrou a Suécia. O duelo também teve uma pitada de drama/emoção. A Seleção ficou com um jogador a mais na etapa final e buscou a vitória. Romário fez o gol do triunfo por 1 a 0.
Drama e alívio nos pênaltis
A decisão com a Itália teve um capítulo a mais. Era a disputa por quem se isolaria como o maior campeão mundial. Naquele momento, os dois eram tricampeões. Foi um teste para o coração.
O 0 a 0 se arrastou pelo tempo normal e pela prorrogação no Estádio Rose Bowl. A final, assim, caminhou para a disputa de pênaltis.
O Brasil, então, levou a melhor. Romário, Branco e Dunga marcaram para a Seleção, enquanto Márcio Santos desperdiçou a cobrança. Taffarel pegou a batida de Massaro e viu Baresi isolar. Principal craque italiano daquele time, Roberto Baggio também isolou, no lance em que a Seleção soltou o grito e confirmou o tetra.
O Brasil teve a seguinte escalação: Taffarel; Jorginho, Aldair, Márcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho; Bebeto e Romário. Cafu entrou ainda no primeiro tempo, no lugar do lesionado Jorginho, enquanto Viola foi acionado no segundo tempo da prorrogação.
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