Dinizismo? Relembre técnicos que mudaram conceitos na Seleção Brasileira

A chegada de Fernando Diniz na Seleção Brasileira foi cerca de expectativa. Primeiro por se tratar de uma escolha com cara de interino. Mas principalmente pelo estilo que o treinador gosta de implementar por onde passa. São características de seu jogo a defesa sair sem chutões e toques de bola rápidos. Mas será que é a primeira vez que um técnico vai mudar conceitos na Seleção Brasileira? Esse é o tema do MQJ Memória de hoje.

Ao longo da história alguns técnicos fizeram história com a Seleção Brasileira. Mario Jorge Lobo Zagallo é um deles, talvez o maior de todos quando se fala dos canarinhos. Mas ele nunca trouxe grandes inovações táticas. Desempenhava bem o que já existia. Além disso contou com o timaço campeão do mundo em 1970. Talvez não tenha repetido a dose em 1998 por conta do drama de Ronaldo Fenômeno.

Fernando Diniz vai mudar conceitos na Seleção Brasileira? (Foto: Getty)

Em compensação existiram outros que inovaram taticamente o Brasil. Para o bem ou para o mal. Abaixo alguns exemplos:

Vicente Feola

Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958 (Foto: Getty)

Pode até ser considerado forçar a barra colocar Vicente Feola nesta lista. Isso porque as inovações táticas da Seleção Brasileira naquele Mundial surgiram pela vontade dos jogadores. Inclusive algumas contrariando a comissão técnica. Nilton Santos, por exemplo, quando apoiava na lateral, ouvia Feola mandar que ele voltasse. Mas os avanços do lateral-esquerdo botafoguense foram uma dos avanços naquele Mundial. Além disso Zagallo, estilo formiguinha, mudou o conceito do ponta, que passou a ter a função também de auxiliar na marcação para liberar o lateral.

Telê Santana

Telê Santana armou Seleção com futebol vistoso (Foto: Divulgação Conmebol)

A Seleção Brasileira de 1982 entrou para a história por conta do estilo de toque de bola e pela qualidade dos jogadores. O conceito de volantes que não marcavam tanto, pois a marcação era responsabilidade de todos, mostrou um futebol bonito. Mas custou caro ao Brasil, eliminado diante da Itália pelos erros defensivos.

Sebastião Lazaroni

Lazaroni fracassou no Brasil | Foto: Imago Images

A mais trágica mudança de conceito na Seleção Brasileira tem nome e sobrenome: Sebastião Lazaroni. Copiando o estilo europeu, ele decidiu implementar o esquema com líbero. Cabia ao talentoso zagueiro botafoguense Mauro Galvão a função. Mas sem vocação para esse esquema, que povoava o meio, o Brasil perdeu criatividade e fez jogos muito ruins. Acabou eliminado pela Argentina em uma derrota de 1 a 0. No lance do gol Maradona se livrou de quase toda a defesa brasileira, mostrando que nem o reforço de um líbero melhoraria a vergonha do time de Lazaroni.

Luiz Felipe Scolari

Felipão montou a ‘Família Scolari’ (Foto: Arquivo Fifa)

A Família Felipão foi decisiva para o Brasil ser pentacampeão em 2002. Mas o esquema de jogo de Felipão teve grande peso. Assim como Lazaroni, ele escalou mais um zagueiro. Entretanto, sem a missão de ser líbero. Além disso liberou os laterais para apoiarem e deu total liberdade aos homens de frente. Com Gilberto Silva e Kléberson presos na marcação, Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo fizeram daquele time um dos mais ofensivos da história do Brasil em Copas.