Seleção da Alemanha faz protesto na foto oficial em estreia na Copa

Os jogadores da Seleção da Alemanha protestaram nesta quarta-feira, durante a foto oficial da equipe, na estreia na Copa do Mundo do Catar, contra o Japão.

Os atletas colocaram a mão na frente da boca como um ato de repúdio à Fifa, pela censura à Campanha “One Love” no Mundial.

Seleção da Alemanha – Copa do Catar/(Photo by Alexander Hassenstein/Getty Images)

A atitude é uma resposta às medidas da organização do torneio, restringindo manifestações políticas durante a Copa do Mundo.

Antes do início da competição, a Fifa ameaçou com sansões desportivas os capitães das equipes que usassem a braçadeira “One Love”, com as cores do arco-íris, simbolizando a diversidade e a tolerância.

“One Love” – Foto Federação Alemã de Futebol – Reprodução

Os alemães também se manifestaram nas redes sociais sobre as medidas restritivas da Fifa.

It wasn’t about making a political statement – human rights are non-negotiable. That should be taken for granted, but it still isn’t the case. That’s why this message is so important to us.

Denying us the armband is the same as denying us a voice. We stand by our position. pic.twitter.com/tiQKuE4XV7

— Germany (@DFB_Team_EN) November 23, 2022

“Queríamos usar nossa braçadeira de capitão para defender os valores que defendemos na seleção alemã: diversidade e respeito mútuo. Juntamente com outras nações, queríamos que nossa voz fosse ouvida.”

“Não se tratava de fazer uma declaração política – os direitos humanos não são negociáveis. Isso deveria ser dado como certo, mas ainda não é o caso. Por isso esta mensagem é tão importante para nós. Negar-nos a braçadeira é o mesmo que nos negar a voz. Mantemos nossa posição”, dizem as postagens na conta oficial da Seleção da Alemanha no Twitter.

Relacionadas

Seleções Europeias desistem de usar braçadeira One Love com medo de punição

Embaixador do Catar na Copa diz que homossexualidade é “doença mental”

Fifa pede “foco no futebol” durante a Copa do Mundo e não em política

Nos últimos meses, o Catar, país-sede da Copa 2022, recebeu muitas críticas de Ongs pelo seu histórico de problemas relacionados aos direitos humanos.

Além de proibir a homoafetividade para homens e mulheres, o país também é questionado sobre o tratamento aos trabalhadores imigrantes e da posição em relação aos direitos das mulheres.