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Polêmica da pandemia: relembre quando o futebol parou por problemas mundiais

Os últimos dias foram marcados pela polêmica do adiamento de jogos de futebol. O Flamengo queria adiar seus jogos pela Copa Libertadores. Depois voltou as baterias para lutar pelo adiamento do choque com o Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro.

Flamengo e Barcelona duelaram em Guayaquil sob o medo do vírus (Foto: Reprodução)

Na disputa de argumentos veio na lembrança que o futebol ficou mais de três meses paralisado por conta da pandemia do Coronavírus. Alguns países esse prazo tem se ampliado, como na Argentina.

Temendo o efeito Flamengo Independiente del Valle e Barcelona também lutaram pelo adiamento da rodada do Campeonato Equatoriano. Neste cenário o MAIS QUE UM JOGO relembra algumas vezes em que a bola deixou de rolar por problemas mundiais.

1ª GUERRA MUNDIAL

A I Guerra Mundial parou o esporte no mundo (Foto: Biblioteca Nacional)

Nem sempre as paralisações do futebol pelo mundo foram causadas por vírus ou alguma doença. O homem também foi responsável e mais de uma vez. Foi assim na Primeira Guerra Mundial, por exemplo. Muitos jogadores foram para o front, o que motivou a paralisação da Primeira Divisão da Liga de Futebol – a Premier League começou em 1992. O campeonato inglês ficou paralisado entre 1915 e 1919. Outra curiosidade: com os homens no front, as mulheres foram para as fábricas e… para os gramados.

2ª GUERRA MUNDIAL

Mais uma guerra mundial parou o futebol (Foto: Biblioteca Nacional)

Mais uma vez a bola parou de rolar no planeta por ação do homem. Na Inglaterra, os clubes foram reorganizados em 10 torneios regionais, nos quais alguns jogadores chegaram a atuar por duas equipes. Fazia parte do esforço de guerra a manutenção da moral dos ingleses. Após o fim da guerra os resultados foram anulados e o Campeonato Inglês retomado.

 

EPIDEMIA DE SARS NA CHINA

Seleção da Alemanha, campeã da Copa do Mundo Feminina de Futebol de 2013

Seleção da Alemanha, campeã da Copa do Mundo Feminina de Futebol de 2003

Em 2003 uma epidemia de SARS pegou a China de surpresa. O país se preparava para receber a Copa do Mundo feminina de futebol, em sua 4ª edição. A doença havia surgido um ano antes, mas se alastrou e chegou a ganhar o mundo. Foi contida, pois desde 2004 não se tem notícia de transmissão. Faltando cinco meses para a competição, a Fifa resolveu trocar a sede, levando a Copa para os Estados Unidos, que havia realizado a competição, sede mais recente. A China ficou com a edição de 2007, conforme decisão da Fifa.

GRIPE SUÍNA (H1N1)

Zagueiro Hector Reynoso foi banido da Libertadores por tossir em cima de jogador adversário

Zagueiro Hector Reynoso foi banido da Libertadores por tossir em cima de jogador adversário – Reprodução

A doença se alastrou pelo México em 2009, a ponto de vedar o campeonato nacional. Os jogos eram realizados com portões fechados, para evitar a disseminação do vírus. No entanto, o Chivas Guadalajara e o San Luís disputavam a Libertadores da América. A essa altura, a competição estava nas oitavas de final, como fazer?

A Conmebol entrou em campo, propondo jogo único no Morumbi – o adversário do Chivas era o São Paulo – e no estádio do Nacional do Uruguai, adversário do San Luís. À época, os clubes mexicanos não aceitaram a alternativa. “Esperamos que a Conmebol nos apresente outras possibilidades, mas essa nós não estamos de acordo”, disse o então diretor esportivo do Chivas, Mariano Varela. Assim, os mexicanos abandonaram a competição. No entanto, foram surpreendidos pela Conmebol, classificou os dois clubes para as oitavas de final da Libertadores de 2010.

EPIDEMIA DE EBOLA

Nigéria, chegou a pedir o cancelamento da Copa Africana das Nações

Enyeama, goleiro da Nigéria, chegou a pedir o cancelamento da Copa Africana das Nações – Twitter

Em 2014, a epidemia do vírus Ebola provocou o cancelamento de amistosos e jogos eliminatórios da Copa das Nações Africanas, especialmente em Guiné e Serra Leoa, países com alto índice de infectados.

GRIPE ESPANHOLA

Estádio das Laranjeiras viu obras serem paralisadas por conta da gripe (Foto: Flu Memória)

A gripe espanhola de 1918 matou 50 milhões de pessoas no mundo inteiro. O Rio de Janeiro, que tinha população de 900 mil pessoas à época, viu a doença dizimar quase 5% de sua totalidade – cerca de 35 mil pessoas. A então chamada Liga Metropolitana de Sports Athléticos – embrião da Fer -, suspendeu o campeonato carioca por 56 dias. Na época, a vítima mais famosa da doença foi o inglês Archibald French. Era atacante do Fluminense e foi declarado campeão post-mortem. O título não foi comemorado, uma vez que metade do time estava doente.

Em São Paulo, agentes sanitários invadiram os estádios para impedir a abertura do Campeonato Paulista de 1918. A ordem era acabar com as aglomerações que facilitavam a proliferação do vírus. Em muitos casos, os jogadores já estavam em campo e os estádios cheios.

TORNEIO PRÉ-OLÍMPICO DE 1964 AMÉRICA DO SUL

Em 1964, quando as nações sul-americanas começavam a respirar ares de ditadura, um impasse ocorreu no Peru. A Argentina vencia a Seleção Peruana por 1×0. No entanto, o Peru marcou um gol, anulado pelo árbitro. Foi o suficiente para que torcedores invadissem o gramado do Estádio Nacional e a polícia entrasse em cena, distribuindo pancadas e bombas de gás lacrimogêneo. No total, 328 pessoas morreram na confusão, com o tumulto tomando conta de Lima. O governo impôs Lei Marcial. Uruguai e Equador desistiram da disputa. Por sua vez, Brasil e Peru disputaram a última vaga para os Jogos Olímpicos, no Maracanã, duas semanas depois.

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