A Copa do Mundo de 2018, além de Tite, terá um técnico conhecido do futebol brasileiro: o colombiano Juan Carlos Osorio levou o México ao Mundial. Já o argentino Ricardo Gareca está próximo do feito com Peru, que vai disputar a repescagem contra a Nova Zelândia. Em comum, Osorio e Gareca não tiveram muito sucesso por aqui, à frente de São Paulo e Palmeiras, respectivamente. A “polêmica” volta à tona: técnico gringo pode dar certo no país?
A discussão esquentou recentemente, com a repercussão da contratação do colombiano Reinaldo Rueda pelo Flamengo. Técnico do Botafogo, Jair Ventura disse que tirava espaço dos treinadores brasileiros e também bateu na tecla da licença que permita que os profissionais do país possam treinar clubes estrangeiros.
Rueda é o único técnico estrangeiro no Campeonato Brasileiro. Ele foi anunciado pelo Flamengo no dia 14 de agosto. De lá para cá, comandou o Rubro-Negro em 13 oportunidades, com cinco vitórias, seis empates e duas derrotas (53,8% de aproveitamento dos pontos disputados). Ele foi vice-campeão da Copa do Brasil.
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Veja o retrospecto recente de técnicos gringos no futebol brasileiro.
Osorio no São Paulo
Em 2015, Juan Carlos Osorio trocou justamente o São Paulo pela seleção mexicana. O técnico colombiano ficou à frente do Tricolor por quatro meses e meio, disputou 28 jogos, com 12 vitórias, sete empates e nove derrotas (aproveitamento de 51%). Osorio entrou em rota de colisão com a diretoria. Além disso, recebeu críticas por fazer rodízio entre os atletas e mudar escalação. Também chamou atenção uma peculiaridade: ele andava com duas canetas, uma azul e outra vermelha, para fazer anotações.
Bauza no São Paulo
O São Paulo apostou em outro gringo em 2016. A exemplo de Osorio, o técnico também deixou o futebol brasileiro pelo sonho de ir para a Copa do Mundo. Porém, Edgardo Bauza não se manteve por muito tempo à frente da Argentina, sendo substituído por Jorge Sampaoli. Bauza dirigiu o Tricolor Paulista por sete meses e meio e levou o time à semifinal da Libertadores. Em 48 jogos, somou 18 vitórias, empatou 13 vezes e perdeu 17 partidas, num aproveitamento de 46,5%. O treinador recebeu críticas pela forma de atuar, com um time menos ofensivo.
Gareca no Palmeiras
Ricardo Gareca durou menos de três no Palmeiras, em 2014. Ele foi demitido após sequência de derrotas no Campeonato Brasileiro. Ao todo, comandou o Verdão em 13 jogos, com quatro vitórias, um empate e oito derrotas (33% de aproveitamento).
Aguirre no Brasil
Finalista da Libertadores pelo Peñarol em 2011, Diego Aguirre desembarcou no Brasil como técnico em 2015, para comandar o Internacional. Foi campeão gaúcho e levou o time à semifinal da Libertadores. Porém, foi demitido dias antes de um Gre-Nal pelo Campeonato Brasileiro. Pelo Colorado, foram 48 jogos, com 24 vitórias, 15 empates e nove derrotas (aproveitamento de 60%).
No ano seguinte, Aguirre comandou o Galo. Ele foi vice-campeão mineiro e foi eliminado nas quartas de final da Libertadores. O técnico pediu demissão após 31 jogos, com 16 vitórias, sete empates e oito derrotas (aproveitamento de 59,1%).
Português no Cruzeiro
No ano passado, o Cruzeiro apostou em Paulo Bento, que já havia comandado a seleção de Portugal. Porém, a trajetória do técnico no futebol brasileiro em Belo Horizonte durou apenas 17 jogos, com seis vitórias, três empates e oito derrotas (aproveitamento de 41%).
Os gringos do Atlético-PR
O Furacão é um dos clubes que mais apostou, recentemente, em técnicos estrangeiros. O alemão Lothar Matthäus dirigiu o clube em 2006 por oito jogos (seis vitórias e dois empates – alegou problemas particulares e depois deixou o clube), já o uruguaio Juan Ramon Carrasco comandou o time em 2012 (22 triunfos, sete empates e sete derrotas), o espanhol Miguel Ángel Portugal treinou em 2014 (cinco vitórias, dois empates e seis derrotas) e o português Sérgio Vieira foi interino em 2015.