Os jogadores e a bola rolando nos gramados são o centro das atenções no futebol, certo? Ou pelo menos deveria ser assim. Mas na realidade muitas vezes o que acontece fora de campo é o que movimenta o noticiário. No Vasco da Gama, foram muitos os cartolas que marcaram a história do clube.
Foi na década de 40 que o Vasco começou a se projetar no cenário nacional e internacional. Cyro Aranha assumiu a presidência do clube em 1942 e iniciou a formação da equipe que viria a ser conhecida como o ‘Expresso da Vitória’. O dirigente voltaria a comandar o Vasco em 1946 e 1952.
Além de conquistar cinco títulos cariocas entre 1945 e 1952, o Vasco ainda conquistou o Torneio dos Campeões Sul-Americanos. A competição foi realizada no Chile e é até hoje o segundo maior título da história do clube. Ele só é superado pela Libertadores da América de 1998.
Passados os anos 50, o Vasco entrou em uma fase de vacas magras. Na década de 60, conquistou apenas dois títulos, uma Taça Guanabara em 65 e um Rio-São Paulo no ano seguinte.
O Gigante da colina ressurgiu nos anos 70 e durante 40 anos foi uma grande força do futebol nacional. Tudo aconteceu sob a batuta de apenas quatro dirigentes.
Agathyrno da Silva Gomes
O cartola que tirou o Vasco do jejum de 11 anos sem títulos cariocas foi Agathyrno da Silva Gomes. Em 1967 foi eleito vice-presidente do clube e, com a cassação do mandato do presidente Reinaldo de Mattos Reis, assumiu a presidência dois anos mais tarde.
Focado na recuperação financeira do clube, mas sem se descuidar do futebol, foi presidente por três mandatos consecutivos. Durante sua gestão, viu o surgimento de Roberto Dinamite e o Vasco foi campeão brasileiro pela primeira vez em 1974. É também lembrado como o dirigente que trouxe o tricampeão Tostão para São Januário.
Antônio Soares Calçada
Em 1983 chega à presidência do Vasco Antônio Soares Calçada, o mandatário mais longevo do clube. Calçada dirigiu o cruzmaltino por 18 anos consecutivos, na fase mais vitoriosa da história do Vasco. Conquistou sete títulos cariocas, três brasileiros, uma Libertadores e uma Copa Mercosul.
Além do futebol, o Vasco também alcançou grandes conquistas no basquete e no remo na era Calçada. Após deixar a presidência, tornou-se presidente de honra do clube.
Em 2011, Calçada foi homenageado pelo Vasco da Gama. O segundo maior ginásio do complexo esportivo de São Januário foi reinaugurado e recebeu o nome de “Ginásio Antônio Soares Calçada”.
Eurico Miranda
Se Eurico Miranda não foi o mais longevo presidente do Vasco, é sem dúvida o mais polêmico e conhecido. Esteve ligado à política do Vasco desde 1967 até seu falecimento em março do ano passado.
Na administração Calçada ocupou vários cargos ligados ao futebol. Após duas tentativas frustradas de se elegr presidente em 1983 e 1986, foi chamado por Calçada para a vice-presidência de futebol.
Com seu jeito autoritário e provocador, em oposição ao discreto Calçada, tornou-se a cara do Vasco nos anos 90. Elegeu-se deputado federal para dois mandatos (94 e 98) com a promessa de defender o clube em Brasília.
Com o apoio de Calçada, finalmente chegou ao posto máximo no clube em 2001 e lá ficou por dois mandatos consecutivos. Como presidente, entretando, Eurico não teve o mesmo sucesso. Seu único título nessa fase foi um carioca em 2003.
O Vasco se desorganizou financeiramente e a oposição a Eurico cresceu. Nas eleições de 2006, concorrendo a um terceiro mandato, Eurico venceu por pequena margem. Acusado de compra de votos e adulteração do resultado, perdeu batalha na Justiça pela realização de novas eleições. Decidiu não concorrer e se afastou do clube.
Em 2010, elegeu-se presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco e fez oposição ferrenha ao então presidente, Roberto Dinamite.
Eurico retornou triunfalmente em 2014, prometendo restaurar os tempos de glória do Vasco. Conseguiu o título carioca em 2015, mas viu a equipe ser rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro. Este foi seu último mandato à frente do Vasco.
Roberto Dinamite
Maior ídolo da história do Vasco, Roberto Dinamite venceu as eleições determinadas pela Justiça em 2008. Foi reeleito em 2010 para mais um triênio. Seus mandatos foram marcados pela turbulência política e fracassos dentro de campo.
O reflexo no futebol de toda a confusão em 2008 foi o primeiro rebaixamento do Vasco à segunda divisão nacional. Dinamite conseguiu liderar a recuperação do time em 2009 e à conquista do Brasileiro da Séire B. Em 2011, o Vasco conquistou a Copa do Brasil pela primeira vez.
Com Eurico na presidência do Conselho de Beneméritos, o Vasco estava dividido. Com os bastidores em uma guerra sem fim, a equipe voltou a ser rebaixada em 2013.
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