Futebol Internacional

Título, eliminações na 1ª fase em Copas e vexame: a queda da Itália de 2006 para cá

Dia 9 de julho de 2006. A Itália supera a França nos pênaltis, após empate no tempo normal por 1 a 1, e conquista o tetracampeonato da Copa do Mundo. Dia 13 de novembro de 2017. A Itália empata sem gols com a Suécia e não se classifica para o Mundial da Rússia, de 2018. A Azzurra vive um drama – a última vez em que havia ficado fora da Copa foi em 1958. A derrocada começou justamente após o dia 9 de julho de 2006.

Itália está fora da Copa do Mundo de 2018 | Foto: Divulgação

A Itália caiu na primeira fase nas duas últimas Copas. Em 2010, a Azzurra se despediu da África do Sul sem vitória, com dois empates e uma derrota, num grupo com Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia. No Brasil, em 2014, nova queda na fase inicial, desta vez no considerado Grupo da Morte, com Uruguai, Inglaterra e Costa Rica. Os italianos venceram os ingleses e perderam os outros dois confrontos.

O fundo do poço chegou no dia 13 de novembro de 2017. A Itália ficou em segundo lugar do Grupo G das Eliminatórias, cinco pontos atrás da Espanha. Restou disputar a repescagem contra a Suécia. A Azzurra perdeu o jogo de ida por 1 a 0 e não saiu do zero a zero em casa, ficando fora da Copa do Mundo.

O que aconteceu com a Itália?

Como uma seleção tradicional e campeã em 2006 chegou a este ponto? Vamos novamente voltar ao dia 9 de julho de 2006. Na ocasião, a Itália contava com nomes como Buffon, Cannavaro, Nesta, Gattuso, Pirlo, Del Piero, Totti, Inzaghi… A principal virtude do time do dia 13 de novembro de 2017 é a zaga. A solidez defensiva, ainda que com peças menos talentosas, é semelhante à de 2006, com Chiellini, Bonucci e Barzagli. Porém, falta talento do meio para a frente. El Shaarawy, Jorginho, Fiorenzi, Parolo, Immobile, Insigne & Cia. estão distantes do pelotão de elite do mundo da bola. A Azzurra amargou um empobrecimento técnico de lá para cá.

LEIA MAIS

Grandes seleções fora da Copa do Mundo: Itália não é caso isolado
Flamengo coleciona derrotas fora de casa e está perto do Z-4 como visitante
Jornal português crava o retorno de Mattheus, filho de Bebeto, ao Flamengo
Em noite de Thiago Neves, Cruzeiro volta ao topo do returno do Brasileirão
Mais que um jogo: Grêmio realiza sonho de torcedor com câncer em estágio terminal
#DateRuim: quando as coisas dão errado no esporte
Fred supera Zico na lista de artilheiros do Campeonato Brasileiro; Veja o Top 10

A crise italiana também pode ser explicada e entendida no Calcio, um campeonato cujo nível técnico caiu acentuadamente nos últimos anos. O Milan e Inter de Milão estão longe dos dias de glória. A Juventus domina o Campeonato Italiano – são seis títulos consecutivos.

O último título do país na Liga dos Campeões foi na temporada 2009/2010, com a Inter. Curiosamente, o que menos tinha naquele time era atleta da Itália – a equipe titular da decisão não teve nem um sequer jogador italiano. A Juve bateu na trave na Liga dos Campeões em 2014/2015 e 2016/2017.

Rotatividade no banco

Não tem jeito. O fracasso da Itália cai muito na conta do técnico Gian Piero Ventura. Ele substituiu Antonio Conte após a Eurocopa do ano passado. Da glória com Marcello Lippi, em 2006, para cá, a Azzurra trocou o comando algumas vezes. Donadoni assumiu a seleção após título mundial. Não durou muito. Lippi voltou ao cargo em 2008, dirigindo o time na Copa de 2010.

Cesare Prandelli foi o técnico que mais durou recentemente à frente da Itália: de 2010 a 2014 – chegou à final da Eurocopa de 2012, sendo vice-campeão. A eliminação na primeira fase da Copa do Mundo no Brasil foi o fim da linha. Conte assumiu o time e ficou até julho do ano passado. Em pouco mais de um ano no comando, Ventura terá de lidar com o peso de ser o treinador que não levou a Azzurra para a Copa da Rússia.

Você Também pode gostar