Acusado de estupro, Daniel Alves concedeu a primeira entrevista desde que foi preso, em janeiro, na Espanha. Ao “La Vanguardia”, o brasileiro defendeu sua inocência e apresentou sua versão do que aconteceu na boate Sutton, no fim do ano passado.
– Tenho a consciência muito tranquila sobre o que aconteceu naquela madrugada no banheiro reservado da discoteca Sutton. O que aconteceu e o que não aconteceu. E o que não aconteceu foi que obriguei essa mulher a fazer nada do que fizemos – declarou Daniel Alves.
O lateral-direito reconhece que partiu dele o convite para a mulher ir para o banheiro e que combinou que ele iria antes. Segundo Daniel Alves, eles dançaram e trocaram olhares que indicavam atração. Ele foi perguntado por que não convidou a mulher para outro espaço, em um andar acima da boate.
– É um espaço sem privacidade, todo aberto e sou casado. Eu não podia fazer o que estava fazendo. Entrei no banheiro primeiramente e depois de um momento pensei que ele havia mudado de opinião e que não entraria. Estava demorando muito. Eu já estava saindo quando a vi se aproximar. Fui para o lado, ela passou junto a mim e entrou no banheiro. Eu entrei atrás. Não tranquei a porta. Sabia que Bruno (amigo do jogador) estava fora e não deixaria ninguém entrar. Meu amigo sabia o que estávamos fazendo – afirmou Daniel.
Daniel Alves rebate acusação
No depoimento da mulher, ela contou que Daniel Alves não a deixou sair do banheiro e que foi insultada e violentada. Ele rebate a acusação.
– Nada disso é verdade, mas ela com a consciência dela. Ela em nenhum momento me pediu para parar. Não fez nenhuma gesto de quer ir embora. A porta esteve aberta o tempo todo. Ela poderia ir, porque permaneci sentado praticamente o todo tempo sobre a tampa do sanitário – disse.
Confrontado que a mulher saiu do banheiro chorando, Daniel Alves diz não entender por que e volta a bater na tecla que tem a consciência tranquila e que existiu algo consentido.
– Por mais voltas que eu dê, não sei (por que ela saiu chorando). O que me ocorre é que alguém a orientou mal. Que ela se sentiu mal depois, que deu um passo à frente e não soube sair da confusão que ela se colocou e me colocou. Eu apelo para a consciência dela. Não houve uma noite que não dormi tranquilamente. Não houve uma única noite. Tenho a consciência tranquila. Nunca fiz dano voluntariamente a ninguém. E nem tampouco naquela noite. Não sei se ela tem a consciência tranquila, se dorme bem à noite. Eu a perdoo. Continuo sem saber por que ela fez tudo isso, mas a perdoo – declarou.
Lateral-direito explica versões diferentes ao longo do caso
Daniel Alves, em juízo, mudou as versões sobre o caso em questão. Ele disse que mentiu para tentar salvar a relação com a esposa, Joana, após traí-la.
– Se alguém amou alguma vez de verdade, se conheceu, como eu, o amor verdadeiro, sabe que, para conservar esse amor, se faz qualquer coisa. E eu menti. Tive medo de perder Joana e por isso menti. Lutei desesperadamente para salvar meu casamento de uma infidelidade, sem me importar com as consequências que estou pagando – declarou.
– Quando pude contar para a minha mulher o que realmente havia acontecido naquela noite e lhe pedi perdão, quis dar depoimento outra vez e contar a verdade. Tenho claro que tudo isso que estou vivendo é um pesadelo, que espero que algum dia termine – concluiu.
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