Futebol Brasileiro

Neto não foi o único: confira uma Seleção Brasileira de injustiçados sem Copa

“Parecia um excelente cobrador de faltas, de escanteios. Mas na continuidade de Seleção Brasileira, pela vida pregressa dele fora do campo, atitude e rendimento, ele me pareceu apenas um balão japonês”. Com essas palavras, Sebastião Lazzaroni, ex-técnico da Seleção Brasileira, explicou por que não convocou Neto, ídolo do Corinthians, para a Copa do Mundo de 1990. A entrevista foi dada ao Futebol Na Veia, da ESPN Brasil, no último sábado. Gerou tanta repercussão que resolvemos montar um time de “injustiçados”. Neto não está sozinho nessa.

Raul Plassmann

Embora tivesse currículo invejável no Cruzeiro e Flamengo, Raul teve poucas chances na Seleção Brasileira. Fez apenas 17 partidas, entre 1975 e 1980. Ficou no páreo para disputar a Copa do Mundo de 1982, mas o então técnico Telê Santana optou por levar o trio de goleiros formado por Valdir Peres, Paulo Sérgio e Carlos para a Espanha.

Zé Maria

Não confundir com o Zé Maria da Copa de 1970. O da vez se destacou na Portuguesa e no Flamengo, onde chegou após bela campanha pela Lusa no Campeonato Brasileiro de 1996 – perdeu o título na final contra o Grêmio, por 2 a 0. No Rubro-Negro reforçou seu talento, sendo convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez. Sobre não conseguiu emplacar a Copa.

Roberto Dias

Zagueiro, Roberto Dias jogou pelo São Paulo de 1961 a 1973. Formou na Seleção Brasileira Olímpica em 1960, em Roma. Defendeu diversas vezes a seleção principal, mas ficou fora do time que jogou a Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra.

Antonio Carlos Zago

Antonio Carlos na Roma (Divulgação)

O zagueiro que jogou em times grandes como Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos, teve o auge da carreira no Roma (Itália). Jogou pela seleção brasileira 37 vezes, entre os anos de 91 e 2001, mas nunca foi chamado para a Seleção que disputou Copa do Mundo.

Wladimir

Apesar de ser considerado um dos melhores laterais esquerdos de sua época, Wladimir nunca se firmou na seleção brasileira. Fez um jogo pelas eliminatórias da Copa de 78, disputada na Argentina e jogou a Copa América de 1983, em derrota do Brasil para o Uruguai na final. Wladimir deu o azar de chegar ao auge na época em que o flamenguista Junior era o lateral titular incontestável.

Andrade

Tem uma bela carreira no Flamengo, sobretudo na década de 1980, participando do timaço ao lado de Zico e Adílio, campeões mundiais, Participou de amistosos da Seleção Brasileira, disputou os Jogos Olímpicos de Seul, mas jamais entrou em campo numa Copa do Mundo. No torneio olímpico, ficou com medalha de prata, mas serviu de influências para uma geração na qual despontavam Romário, Bebeto, Jorginho, Taffarel…

Alex

Causou surpresa a não convocação de Alex para a Copa de 2002

Causou surpresa a não convocação de Alex para a Copa de 2002

Alex mostrou todo seu talento no Curitiba, Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahçe, da Turquia. Defendeu a Seleção Brasileira um bom número de vezes, mas não foi convocado para jogar Copa do Mundo. Mesmo estando em ótima fase tanto na competição de 2002 e 2006, não foi opção de Felipão e Parreira. Já revelou sua mágoa com os treinadores. À época, era apontado como lento demais.

Dirceu Lopes

Dizem as más línguas que Dirceu perdeu a vaga na Copa do México para Dadá Maravilha, por exigência do então presidente da República, Emílio Garrastazu Médici. Essa versão jamais foi confirmada pelas partes. Fato é que Dirceu merecia e estava à altura daquele time de 1970.

Djalminha

Djalminha (Reprodução Youtube)

Jogava muito, mas era arredio. Foi o que o tirou a chance de disputar uma Copa do Mundo, certamente. Jogou muito bem em times como Flamengo, Palmeiras e Deportivo da Corunha, da Espanha. Reza a lenda que uma atitude indevida no time espanhol o deixou fora da Copa de 2002. Durante um treino, Djalma se desentendeu com o técnico Javier Irureta, e acabou dando uma cabeçada nele. Diante do comportamento, Felipão o cortou do time que conquistou o pentacampeonato.

Evaristo de Macedo

Evaristo era artilheiro nos anos de 50 e 60 e tido como um dos mais talentosos talentos do Brasil naqueles anos. Porém, acabou preterido do timaço que conquistou o bi da Copa do Mundo em 1958 e em 1962. Mas dessa vez a escolha não foi nem dos técnicos. Não existia o costume de se convocar atletas que atuassem fora do Brasil e naquele período­ Evaristo já havia trocado o Flamengo pelo Barcelona.

Heleno de Freitas

O artilheiro que fez história com a camisa do Botafogo foi punido por conta da Primeira Guerra Mundial. Isso porque atravessou seu melhor momento nos anos 1940, quando inclusive ganhou títulos importantes com a Seleção Brasileira, como a Copa Roca (1945) e a Copa Rio Branco (1947). O problema é que, por conta da guerra, os anos 40 não registraram a disputa de uma Copa do Mundo.

RESERVAS

Fábio

Ídolo da torcida do Cruzeiro e atualmente um dos melhores goleiros do Brasil, Fábio nunca foi convocado para disputar uma partida sequer pela Seleção Brasileira.

Luís Carlos Winck

Campeão brasileiro pelo Vasco, com duas olimpíadas, uma Copa América e 17 jogos pela Seleção Brasileira no currículo, Luiz Carlos Winck teve uma carreira vitoriosa. No entanto, jamais disputou uma Copa do Mundo. Sua grande chance foi em 1990, justamente quando Lazaroni comandava o time. Winck havia sido titular da seleção na Olimpíada de 1988, que terminou com a medalha de prata, e esperava disputar o Mundial. Entretanto, ficou fora por opção do treinador.

Cléber

Ídolo no Palmeiras e no Atlético Mineiro, Cléber defendeu a Seleção Brasileira em 13 jogos. Tinha potencial, mas sempre foi preterido.

Wilson Gottardo

O zagueiro destacou-se no Botafogo, onde fez parte do time campeão carioca de 1989, dando fim a um jejum de 21 anos sem título. Foi o capitão do Alvinegro na campanha do Campeonato Brasileiro de 1995. No entanto, foi vestindo a camisa do Flamengo que chegou à Seleção Brasileira, em 1991. Fez, no entanto, apenas seis jogos, com duas vitórias, três empates e uma derrota.

Sylvinho

Destacou-se no Corinthians e no Barcelona. Chegou à Seleção em 1997, após boas atuações pelo time paulista, convocado por Zagallo. Mas não faria parte daquele elenco que chegou à final contra a França.

Renato

A estreia de Renato na Seleção Brasileira aconteceu sob as ordens de Carlos Alberto Parreira, em setembro de 2003. Foi em jogo contra a Colômbia, pelas Eliminatórias da Copa de 2004. Disputou a Copa América de 2004, inclusive ao converter um dos pênaltis nas semifinais contra o Uruguai. Foi o seu auge com a camisa amarela. Na hora da convocação para a Copa, perdeu vaga para medalhões preferidos por Parreira.

Adílio

Grande meio de campo do Flamengo na campanha da Libertadores e do título mundial de 1981. Foi preterido por Telê Santana para a Copa de 1982, que escolheu Dirceu.

Neto

Seleção ficou no sonho para Neto, que brilhava nos gramados defendendo o Corinthians (Foto: Reprodução TV)

Seleção ficou no sonho para Neto, que brilhava nos gramados defendendo o Corinthians (Foto: Reprodução TV)

De certo modo, Neto pode sim ser considerado um “injustiçado” pelo que demonstrou nos gramados. O ídolo do Corinthians ­atravessava um grande momento em 1990, porém nem sequer foi cogitado para disputar a Copa do Mundo de 1990, na Itália. Sebastião Lazaroni acabou optando para o setor por peças como Valdo e Silas. Naquela ocasião, o fato foi creditado ao eterno problema com a balança que marcou a carreira de Neto. Até hoje há quem diga que sua presença no Mundial teria aumentado a qualidade dos canarinhos.

Amoroso

Teve chance de disputar a Copa do Mundo de 1998. Foi preterido por por Zagallo e ignorado quatro anos depois por Luiz Felipe Scolari. Ele quase nunca esteve entre os preferidos da Seleção Brasileira na década de 1990, quando viveu o melhor momento de sua carreira. Defendeu sempre clubes de ponta do futebol brasileiro, como Santos, Corinthians, Vasco e Palmeiras. No entanto, a Copa do Mundo nunca lhe abriu as portas.

Friedenreich

Tido como o primeiro grande artilheiro da história do futebol brasileiro, Friedenreich seria nome certo na lista de convocados para a primeira Copa do Mundo da história, em 1930, no Uruguai. No entanto, questões políticas impediram ­sua convocação. Naquele ano, as federações de São Paulo e Rio de Janeiro entraram em uma verdadeira guerra e os paulistas boicotaram a lista. Como jogava no São Paulo, Friedenreich acabou sendo preterido.

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