Os jogadores e a bola rolando nos gramados são o centro das atenções no futebol, certo? Ou pelo menos deveria ser assim. Mas na realidade muitas vezes o que acontece fora de campo é o que movimenta o noticiário. No Flamengo, foram muitos os cartolas que marcaram a história do clube.
Foi na década de 30 que o Flamengo começou a se projetar e tudo graças ao trabalho de um presidente. Seu nome era José Bastos Padilha. Publicitário e apaixonado pelo Rubro-Negro, assumiu a missão de tornar o Mais Querido o maior do mundo.
Padilha usou sua experiência para criar ações inovadoras e espalhar o nome do clube pelo país. Construiu a sede da Gávea, aumentou o número de sócios e a receita do clube. Contratou os maiores jogadores da Seleção Brasileira da época – entre eles Leônidas da Silva, o “Diamante Negro” -, elaborou campanhas publicitárias e articulou a aproximação da imprensa esportiva da época.
Padilha foi o primeiro a tratar o Flamengo como uma Nação. Para ele, o clube tinha suas próprias características, seu próprio temperamento e suas próprias motivações.
O MQJ lembra abaixo alguns dos principais líderes do Flamengo ao longo de sua história:
José Bastos Padilha
Eleito em 1933, José Bastos Padilha elevou o Flamengo a time nacional. Esteve à frente do clube por quase cinco anos e promoveu diversas campanhas publicitárias que o popularizaram.
Iniciou a construção da sede da Gávea e multiplicou por 10 o número de associados. O estádio da Gávea leva seu nome.
Gilberto Ferreira Cardoso
Outro dirigente que estará para sempre em lugar de destaque na história do Flamengo foi Gilberto Ferreira Cardoso. Ele assumiu a presidência em 1951, reorganizou o clube e investiu principalmente no futebol e no basquete.
Na sua gestão o Flamengo ganhou o apelido de Rolo Compressor com o tricampeonato carioca em 1953, 1954 e 1955. No basquete, foi decacampeão estadual e bicampeão sulamericano.
Pelo amor e dedicação ao clube, não resistiu às emoções e faleceu assistindo uma final do basquete. Foi vítima de infarto do miocárdio na decisão entre Flamengo e Sírio e Libanês, quando o Flamengo conquistou mais um título carioca. O ginásio do Maracanãzinho passou a levar seu nome.
Márcio Braga
O terceiro nome da lista é o de Márcio Braga. Com seis mandatos, é o presidente que mais tempo comandou o clube. Em 1976 ajudou a fundar um movimento chamado Frente Ampla pelo Flamengo, ou FAF. Ao seu lado estavam nomes como Antonio Augusto Dunshee de Abranches e George Helal, dois futuros presidentes.
Este grupo comandou o Flamengo em suas maiores glórias. Foram cinco títulos brasileiros, um sul-americano e um mundial.
Márcio Braga presidiu de 1977 a 1980. Foi sucedido por Dunshee de Abranches, que ficou até 1983. Em 1984, Geoge Helal assumiu por dois anos e Braga retornou em 87 para mais um mandato. Seu quarto mandato foi em 1991-92, e os dois últimos entre 2004 e 2009.
Eduardo Bandeira de Mello
Entre os anos de 1993 e 2004, o Flamengo sofreu com administrações desastrosas que multiplicaram as dívidas do clube. Dentro de campo, o Rubro-Negro conviveu com uma fase de poucos títulos. Pra piorar, viu seu maior rival, o Vasco, emplacar sua melhor fase na história.
Com o retorno de Márcio Braga em 2004, o Flamengo voltou a vencer no cenário nacional com as conquistas da Copa do Brasil em 2006, e do Brasileiro em 2009. Entretanto, faltava ao clube uma estrutura administrativa mais profissional, que pudesse equacionar o problema de seus grandes passivos e explorar mais efetivamente o potencial de sua imensa popularidade.
Em 2013, entra em cena a figura de Eduardo Bandeira de Mello. Apoiado por um grupo de ilustres rubro-negros de sucesso no mundo empresarial, ele liderou o Flamengo a um novo patamar.
Em dois mandatos consecutivos, Bandeira de Mello quitou passivos, reestruturou a dívida do clube, aumentou receitas e investiu em infraestrutura. Apesar do título da Copa do Brasil em seu primeiro ano à frente do clube, os reflexos no futebol demoraram. O Flamengo chegava perto, mas não levava. Foi assim na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana de 2017 e no Campeonato Brasileiro de 2018. Mas a base estava pronta e o clube deslanchou em 2019, já na gestão de Rodolfo Landim.